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Foi assédio? O que especialistas dizem sobre “burro” de Mano para Yuri Alberto

A derrota do Corinthians para o São Bernardo por 1 a 0, no último sábado (27), pelo Campeonato Paulista, foi marcada por conta de uma polêmica envolvendo o técnico Mano Menezes e o atacante Yuri Alberto na beira do gramado do Estádio 1º de Maio.

Após uma falta cometida por Yuri Alberto no zagueiro Hélder, o treinador chamou o atacante de “burro”, o que acabou gerando algumas críticas.

Na coletiva de imprensa após a partida, ao ser questionado pelo comportamento, Mano Menezes justificou dizendo que se tratava de um linguajar usado no futebol e colocou o assunto como superado.

“O jogo (de futebol) é um lugar onde as palavras são fortes, mas não é nada pessoal. Tínhamos um homem a mais e fizemos cinco, seis faltas no campo de ataque”, disse o treinador.

Insatisfeito com o rendimento de Yuri Alberto, Mano Menezes tirou o jogador de campo poucos minutos depois do lance. Na saída de campo, o atacante reclamou com treinador e a dupla protagonizou uma breve conversa antes de um abraço.

Apesar da justificativa do treinador, especialistas ouvidos pelo Lei em Campo alertam que é preciso ter cuidado com as palavras para que não seja caracterizado assédio moral no âmbito da CLT.

“Agora os clubes tem que ter mais cuidado diante da nova Lei Geral do Esporte (LGE). Há um dispositivo específico que os clubes tem que propiciar condições de trabalho digno aos profissionais do trabalho esportivo. Por aí arrasta-se todo o sistema de proteção contra assédios sexual e moral. Sendo assim, a comissão técnica e os dirigentes devem tomar muito cuidado para não expor ou ridicularizar os atletas empregados com termos que afetem a reputação objetiva e subjetiva dos atletas, a sua autoestima, podendo configurar-se o assédio moral. O treinador deve cada vez mais evitar essas chamadas ofensivas a beiro do gramado, com várias câmeras e a exposição na mídia”, afirma Rafael Ramos, advogado especialista em direito trabalhista.

O advogado trabalhista Theotonio Chermont também entende que não foi a forma mais correta de tratar o atleta, porém, o contexto nesse caso deve ser analisado.

“Sem dúvida não foi a forma mais polida e educada de tratar o atleta, mas entendo que deve ser analisado o contexto. Não creio que justifique indenização por danos morais decorrente de assédio moral. O ambiente dentro do campo durante uma partida de futebol envolve emoções, cobranças e pressões, o que muitas vezes traz esse tipo de manifestação do Mano Menezes, razão pela qual a sua atitude não pode ser levada a ferro e fogo como se estivesse em outro ambiente”, avalia.

“Os tribunais desportivos flexibilizam o emprego de certas palavras e expressões no tratamento entre árbitros, atletas e membros da comissão técnica quando são denunciados por supostas infrações ético disciplinares. Se trata de postura que pode ser evitada, obviamente, sendo merecedora de uma advertência verbal para que não se torne habitual e acarrete um ambiente ruim para o técnico perante seus comandados”, acrescenta Theotonio.

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