Há tempos que temos acompanhado que a Confederação Sul-Americana de Futebol está envolvida em um escândalo após o outro. Uma das mais importantes instituições do esporte no mundo é investigada por corrupção. E agora, para piorar, falha na organização na Libertadores e compromete o evento que ajudou a batizar de a “Superfinal” de 2018.
Os três presidentes que atuaram à frente da Conmebol de 2011 a 2015 estão em prisão domiciliar. Só no caso “Fifagate”, mais de 20 dirigentes da América do Sul foram envolvidos. De lá para cá, os escândalos não descansaram.
Disciplinarmente, o Tribunal de Ética da entidade também deixou a desejar, não só por decisões um tanto suspeitas, mas também pela morosidade e falta de cumprimento dos prazos para julgamento. Um exemplo citado por muitos e que tomou conta das redes sociais envolve um dos finalistas, o River Plate. O time atuou com jogadores suspensos e ainda permitiu técnico suspenso de participar da semifinal da competição. Mesmo assim, o Tribunal, usando regulamento mal escrito, permitiu ao clube avançar. River ganhou na Justiça; Conmebol perdeu credibilidade.
Para piorar, a Superfinal entre os dois times de maior rivalidade do planeta acabou suspensa e, depois, remarcada. E suspensa de novo. Tudo por causa de atos violentos de torcedores e clima de insegurança.
A falta de segurança pública e o encontro do G-20 em Buenos Aires (encontro das grandes economias do mundo) também atrapalharam na definição de uma nova data.
Mas a questão é: daria para ser diferente? Mesmo com vandalismo de torcedores e escolta mal feita, daria para a Conmebol reagir de maneira mais eficiente.
Como se administra uma crise? Instituições desse porte não deveriam ter Gestão de Risco? Havendo, não deveria funcionar?
A Gestão de Risco prepara diretrizes em caso de crise. É absolutamente necessária para eliminar escândalos financeiros e de reputação, como os citados acima. É agir rapidamente em casos de adversidades.
Um comitê preparado para situações extremas estaria pronto para resolver e agir de maneira rápida, segura e eficiente quando acionado. Ou seja, essa indefinição dificilmente aconteceria.
E, melhor do que isso, com gerenciamento efetivo de risco, um processo que apura nos mais variados e críticos cenários situações passíveis de risco, seriam implementas medidas alternativas ou assecuratórias a fim de se prevenir ou evitar danos ao negócio.
Projetos bem-estruturados previnem perdas financeiras, possibilitam majoração dos lucros (programas seguros aumentam a visibilidade para investidores), melhoram os processos internos, a comunicação e demais funcionalidades do negócio.
Ou seja, poucas, mas importantes, mudanças teriam evitado o imenso abalo sofrido na imagem da Conmebol e na competição Libertadores. Mas, para isso, a entidade teria que jogar no campo da transparência, algo que ela ainda não faz.