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Goleiros e polêmicas

O futebol atual é jogado com 11 em cada equipe – por mais que alguns tenham dificuldade de aceitar. O famoso dez na linha e um no gol é coisa do passado; os goleiros fazem parte da equipe, do jogo, da tática, por mais que, em alguns momentos, as regras sejam específicas nos seus casos.

Na final da Copa da Liga Inglesa, disputada entre Chelsea x Manchester City, o goleiro do Chelsea, Kepa (goleiro mais caro da história), se recusou a sair de campo quando foi anunciada a sua substituição.

O zagueiro Davi Luiz, companheiro de clube, foi conversar com o Kepa, mas de nada adiantou. Ele simplesmente se recusou a sair de campo, levando seu treinador à loucura.

Na final do Paulistão de 2010, Paulo Henrique Ganso, até então jogador do Santos, teve a mesma atitude quando foi ser substituído.

Em ambos os casos, os jogadores permaneceram no campo de jogo, sem que os árbitros interferissem nas situações, dando continuidade às respectivas partidas.

Por que os árbitros não obrigaram os jogadores a sair? No caso da final inglesa entre Chelsea x City, o árbitro foi conversar com o técnico, provavelmente explicando o que a regra do jogo diz, como se pode observar a seguir:

Procedimento de substituição
Regra 3 – Os Jogadores
Se o jogador a ser substituído se recusar a deixar o campo de jogo, o jogo deve continuar sem que a substituição seja realizada.

A regra nesse caso é bem clara, não podendo o árbitro tomar qualquer atitude a respeito. Ou seja, literalmente segue o jogo.

E a possível posse de bola do goleiro do Botafogo/SP no gol do Corinthians pelo Paulistão?

Se a bola estiver nas mãos do goleiro, significa que está em sua posse. Essa foto do lance do gol do Corinthians é excelente para ilustrar a jogada:

Primeiro, é importante saber o que a regra 12 considera como posse de bola:

Considera-se que o goleiro tem o controle, a posse de bola quando:
– mantiver a bola nas mãos ou quando a bola se encontrar entre sua mão e uma superfície (por exemplo, o chão, seu corpo) ou quando estiver tocando na bola com qualquer parte das mãos ou braços, exceto se a bola rebata nele ou mesmo depois de fazer uma defesa deliberada;
– tiver a bola na palma da mão aberta;
– estiver quicando a bola no chão ou jogando-a para o ar.
Durante o período em que o goleiro estiver com controle ou domínio da bola com as mãos, nenhum adversário pode disputar a bola com ele.

Pela imagem, o goleiro tem a bola encaixada em suas mãos. E também pelo vídeo, em câmera lenta e detrás do gol, se percebe de forma mais clara essa situação.

Porém, essa não é a imagem que a equipe de arbitragem tem no campo de jogo. Nenhum dos árbitros está posicionado atrás do gol, nenhum deles vê a jogada em câmera lenta. A realidade do campo não é a mesma da TV e do replay. Lance extremamente difícil em campo para se ver em alta velocidade. Talvez o VAR pudesse ajudar, porém, em um lance de alta complexidade como esse, caso não haja recursos certos e suficientes, o gol também poderia ser validado.

Os goleiros sempre podem ser protagonistas nos jogos, e os árbitros precisam ter o domínio das regras em geral, mas também nos casos específicos

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