Na última segunda-feira, 4 de setembro, o Governo Federal assinou um acordo de cooperação com a Siga (Sport Integrity Global Alliance) – organização internacional de promoção de boas práticas – durante o Fórum da Integridade no Esporte, realizado no auditório do Estádio do Morumbi. Essa é a primeira vez que o Brasil firma um compromisso dessa natureza, que visa a criação de um plano de ação conjunto focado na integridade do esporte.
A advogada Roberta Codignoto, especialista em integridade, destacou a importância da assinatura do acordo em meio aos recentes casos de manipulação de resultados no futebol brasileiro.
“Nesse ano vimos inúmeros episódios de manipulação de resultados no futebol que mancham o amor pelo esporte, minam a confiança nos clubes e nos atletas. Os resultados devem ser íntegros, ou seja, devem corresponder aos esforços e dedicação dos atletas, sem qualquer interferência, justamente para garantir sua imprevisibilidade. Além disso, vários outros temas dizem respeito à integridade do esporte como um todo, como as preocupações relacionadas à melhoria da governança e transparência, diversidade e inclusão, combate ao racismo e ao preconceito de todas as formas, entre outros tantos. Portanto, a assinatura de um acordo que enderece todas essas preocupações é de suma importância para que essa agenda ganhe força com o Governo Federal, fazendo com que o Ministério do Esporte possa colocar iniciativas de fortalecimento da integridade como prioridade”, avalia.
O acordo de cooperação foi assinado pela então ministra do Esporte, Ana Moser (que deixou o cargo na última quarta-feira após decisão do presidente Lula). O compromisso define as preocupações comuns, as áreas de cooperação e as prioridades do Brasil e da Siga.
Após a cerimônia de assinatura do acordo, Emanuel Macedo de Medeiros, CEO Global da Siga, anunciou o lançamento do “Estudo Independente sobre o Futuro do Futebol no Brasil”, em cooperação com a Frente Parlamentar pela Modernização do Futebol, liderada pelo deputado federal Eduardo Bandeira de Mello.
O estudo fornecerá um diagnóstico rigoroso sobre o estado atual do futebol, propondo as reformas mais adequadas para garantir o desenvolvimento sustentável a longo prazo. De acordo com a Siga, ele será realizado de maneira estritamente independente, neutra e inclusiva, envolvendo todos os principais interessados e autoridades relevantes, desde a CBF às federações estaduais, clubes, jogadores, treinadores e árbitros, até patrocinadores, emissoras, parceiros comerciais, mídia e torcedores.
“Vamos começar do zero, com uma folha em branco. Sem dogmas, tabus e ideias preconcebidas. Abordaremos todos os tópicos cruciais e seguiremos uma abordagem independente, neutra e inclusiva. Com espírito positivo, atitude construtiva e veia reformista, este Estudo Independente, o primeiro do tipo no Brasil, fornecerá um diagnóstico abrangente e rigoroso da situação atual e um roteiro claro para o futuro”, comentou Emanuel Macedo de Medeiros.
O deputado Eduardo Bandeira de Mello, presidente da Frente Parlamentar pela Modernização do Futebol, contou suas expectativas sobre o estudo independente.
“Esta audiência pública foi enriquecedora, e estamos entusiasmados por termos assinado este acordo com a Siga. Trabalharemos juntos nos próximos 12 meses neste estudo que se concentrará em todas as áreas que influenciam o futebol brasileiro. Como etapas seguintes deste processo, novas audiências públicas serão realizadas, dando a todos a oportunidade de participar. Isso é uma ótima notícia para o futebol brasileiro e seus fãs!”, contou.
O Fórum da Integridade no Esporte reuniu Autoridades, dirigentes esportivos e representantes de todo o setor para uma série de palestras. Ao todo foram nove mesas de diversos assuntos ligados à integridade no esporte.
Crédito imagem: Getty Images
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