O governo britânico recuou e não permitirá o retorno de parte dos torcedores nos estádios para as primeiras rodadas da temporada 2020/21 conforme estava sendo planejado. A alta de casos de Covid-19 na Inglaterra está preocupando autoridades por conta de uma possível segunda onda da doença, e poderá também afetar outros pilares da economia.
Um retorno gradativo dos torcedores estava previsto para começar a acontecer a partir do dia 1º de outubro, porém isso já está praticamente descartado.
“Queremos, no devido tempo, permitir que as pessoas voltem para assistir futebol e outros eventos esportivos, mas é o caso que apenas precisamos ser cautelosos no momento e acho que uma reabertura em massa neste estágio não seria apropriada”, disse Michael Gove, ministro do Reino Unido.
As organizações esportivas agora serão solicitadas a prever o impacto financeiro de jogar com os portões fechados até o próximo ano. No entanto, muitos clubes com condições ruins temem fechar decretar falência, como foi o caso do Macclesfield Town, que fechou as portas na semana passada após não consegui pagar suas dívidas que passavam as 500 mil libras.
O primeiro-ministro, Boris Johnson, está enfrentando grande pressão para evitar a iminente crise no esporte profissional e popular, com uma carta assinada pelos líderes de mais de 100 organizações esportivas – incluindo a Premier League, Football Association, Rugby Football Union e UK Athletics – alertando sobre o risco de uma ‘geração perdida’ de esporte se ele deixar de agir.
A carta pede que o governo adote um ‘pacote de apoio abrangente’ para o setor esportivo e físico, combinando investimento, incentivos fiscais e reformas para ajudar clubes e organizações a sobreviverem.
“A Covid-19 expôs a fragilidade de serviços e ativos vitais, com clubes esportivos e instalações de ginástica enfrentando o fechamento permanente, privando as comunidades locais de instalações e programas dos quais dependem. Prejudicou nossos fluxos de receita comercial com estádios e instalações de lazer fechadas ou com capacidade muito reduzida. O impacto disso levará potencialmente a uma geração perdida no esporte. A fim de desempenhar nosso papel pleno, devemos sobreviver e nos estabilizar”, diz parte da carta.
A Premier League alertou o governo que poderá perder até 100 milhões de libras por mês enquanto os jogos são disputados com os portões fechados e que possivelmente clubes de divisões inferiores poderão encerrar suas atividades por conta da crise.
Crédito imagem: Getty Images
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