O Conselho de Ministros da Itália aprovou nesta terça-feira (26) um decreto que restaura a autonomia do Comitê Olímpico Italiano (CONI), evitando uma sanção do Comitê Olímpico Internacional (COI) que proibiria a delegação italiana de competir nos Jogos Olímpicos de Tóquio representando a bandeira do país.
O desacordo entre a Itália e o COI começou após a decisão do governo italiano de aprovar um projeto de lei que criava em 2019 uma nova organização, a Sport e Salute, para administrar finanças do esporte do país. Essa função estava anteriormente sobre responsabilidade do CONI, decidindo como distribuir o dinheiro destinado pelo Governo às federações nacionais. Somente em 2020 a Sport e Salute distribuiu 280 milhões de euros.
“A Carta Olímpica proíbe categoricamente um comitê olímpico nacional de ser operado pelo governo e, no momento, a Sport e Salute é uma agência governamental”, disse Giovanni Malagò, presidente do CONI.
O decreto foi aprovado um dia antes da reunião do comitê executivo do COI na qual deveria ser analisada uma possível sanção ao comitê nacional italiano, devido à a falta de comando do governo na gestão do CONI, que poderia afetar a participação dos atletas nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. A tendência era de que a bandeira e hino italiano fossem vetados do evento.
“O documento contém regulamentações que dão autonomia ao nosso comitê. A decisão de hoje afasta todas as dúvidas e resolve a questão da independência do CONI”, disse Vincenzo Spadafora, ministro do esporte.
O presidente do COI, Thomas Bach, que já foi informado do decreto aprovado hoje, havia escrito duas cartas ao primeiro ministro italiano advertindo que as mudanças impostas não permitem que o CONI desempenhe plenamente as suas funções opere de acordo com a carta olímpica.
Em setembro, Bach admitiu que a suposta interferência governamental poderia impedir os atletas do país competirem com os símbolos nacionais nos Jogos Olímpicos e ter influência na realização dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2026 no país.
Crédito imagem: GMT
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