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Grupo de mulheres denuncia abusos sexuais feitos por dirigentes e funcionários do Washington Redskins, tradicional franquia da NFL

Um grupo de quinze mulheres denunciou executivos e funcionários do Washington Redskins, franquia da NFL, por assédio sexual e abusos verbais. Segundo o que elas contaram, os abusos ocorreram entre 2006 e 2019, no período em que trabalhavam na franquia. A história foi contada primeiramente pelo jornal norte-americano The Washington Post.

Os jornalistas do veículo conversaram com funcionários e ex-funcionários e analisaram conteúdos de mensagens de celulares e documentos a que tiveram acesso. Ao todo, quinze mulheres fizeram as denúncias, com a maioria preferindo manter-se no anonimato por medo de represálias.

A única ex-funcionária do grupo de mulheres que realizou as denúncias foi Emily Applegate, que trabalhou no Washington Redskins de 2014 a 2015. Ela conta que se encontrava com outra funcionária no banheiro durante o intervalo do almoço para chorarem e desabafarem sobre os constantes assédios sexuais que sofriam.

A funcionária conta que um ex-diretor de operações pedia para ela que comparecesse a reuniões vestindo roupas provocantes.

“Foi a experiência mais miserável da minha vida. Todas nós tolerávamos, porque sabíamos, e eles reforçavam, que havia outras pessoas que aceitariam trabalhar em nossas funções em um piscar de olhos”, afirmou a ex-funcionária.

Segundo os relatos, os assediadores eram pessoas próximas a Dan Snyder, dono da franquia. O narrador oficial da equipe, Larry Michael, também foi citado. As vítimas dizem que a “voz dos Redskins” tinha o costume de fazer comentários sexuais.

Nenhuma das funcionárias citou o dono da franquia no escândalo, porém, afirmam que Snyder era conivente com o ambiente de trabalho existente. O ex-presidente da equipe Bruce Allen também não foi citado, mas, assim como Snyder, ele fazia “vista grossa”.

“Eu diria que Bruce sabia. Ele sentava muito perto de mim e me via chorando na minha mesa muitas vezes durante a semana”, afirmou Emily Applegate.

Os casos de assédio não eram registrados porque muitas mulheres ficavam com vergonha e acabavam aceitando as atitudes, como um elogio sobre o corpo.

“Era meu primeiro emprego, então eu acabei normalizando. Isso acontecia com todas as minhas colegas mulheres que tinham menos de 40 anos”, disse uma das vítimas.

Alex Santos (diretor esportivo) e Richard Mann II (assessor), citados no escândalo, foram demitidos pela franquia na última semana. Outros nomes denunciados pelas vítimas são Dennis Greene, ex-presidente de operações comerciais, e Mitch Gershman, ex-diretor de operações.

Entre os tipos de assédios, as vítimas relataram para a reportagem tentativas de olhar debaixo das saias, elogios indesejados e massagens nos ombros.

A franquia passa por inúmeras mudanças. Uma delas é a troca do logo e do nome, como foi contado aqui no Lei em Campo nesta semana.

Até o momento, nenhum dos nomes citados no escândalo divulgado pelo The Washington Post resolveu se manifestar.

Crédito imagem: William Howard/Getty Images

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