Para questionar o fato de ser a única seleção nacional que disputa a Copa América a não utilizar o número 24 entre os jogadores convocados, o Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBT, associação sem fins lucrativos, ingressou com uma ação judicial contra a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A informação foi revelada primeiramente pelo ‘GE’.
A ação foi distribuída na noite deste domingo (27), na 10ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, e tem a finalidade de pedir “justificação com pedido de explicações”.
Nela, o Grupo Arco-Íris pede que a entidade brasileira responda as perguntas abaixo em até 48 horas:
– A não inclusão do número 24 no uniforme oficial nas competições constitui uma política deliberada da interpelada?
– Em caso negativo, qual o motivo da não inclusão do número 24 no uniforme oficial da interpelada?
– Qual o departamento dentro da interpelada, que é responsável pela deliberação dos números no uniforme oficial da seleção?
– Quais as pessoas e funcionários da interpelada, que integram este departamento que delibera sobre a definição de números no uniforme oficial?
– Existe alguma orientação da FIFA ou da Conmebol sobre o registro de jogadores com o número 24 na camisa?
Nesta segunda-feira (28), comemora-se o Dia Internacional do Orgulho Gay. Para destacar a importância do tema e manifestar apoio à causa, alguns clubes brasileiros, como Flamengo, Fluminense, Vasco, entre outros, fizeram ações durante a rodada do Brasileirão no final de semana. As cores do arco-íris, representativas da comunicada LGBT, estiveram em bandeiras de escanteio, numeração dos atletas e braçadeiras de capitão.
Pelas redes sociais, assim como os clubes fizeram, a CBF publicou uma mensagem sobre a data.
“O futebol brasileiro não tem espaço para preconceito! A CBF apoia a luta contra a homofobia e transfobia. Somos Todos Iguais!”, escreveu.
Por fim, a ação cita que a CBF possui papel fundamental no debate e que uma recentemente o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) passou a punir clubes nas quais os torcedores fizerem cantos homofóbicos nos estádios.
“É dela a responsabilidade de mudar esta cultura dentro do futebol. Quando a CBF se exime de participar, a torcida entende que é permitido, que é aceitável, e o posicionamento faz com que, aos poucos, esta cultura mude”, cita o grupo.
Até o momento, a CBF não se manifestou sobre a ação judicial.
Crédito imagem: Andre Penner/AP Photo
Nos siga nas redes sociais: @leiemcampo
Nossa seleção de especialistas prepara você para o mercado de trabalho: pós-graduação CERS/Lei em Campo de Direito Desportivo. Inscreva-se!