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Incentivada por ordem executiva de Trump, associação internacional de boxe processa COI por participação de Imane Khelif em Paris-2024

Embalada pela decisão recente do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre atletas transgêneros, a Associação Internacional de Boxe (IBA) informou nesta segunda-feira (10) que vai apresentar queixas criminais contra o Comitê Olímpico Internacional (COI) por permitir que as boxeadoras Imane Khelif e Lin Yu-ting disputassem os Jogos Olímpicos de Paris 2024.

A entidade já havia desclassificado as pugilistas dos seus torneios por elas não terem passado pelos testes de elegibilidade de gênero — elas não poderão disputar os campeonatos mundiais organizados pela IBA neste ano.

Contudo, o COI, que assumiu a organização da competição olímpica, permitiu a participação de ambas, pois “nasceram mulheres, tinham passaporte de mulheres e sempre competiram como mulheres”. A entidade, que rege o esporte olímpico, também afirmou, à época, que os testes de elegibilidade da IBA foram realizados em processo “tão defeituoso” que impossibilitava considerá-los.

A IBA afirmou que a ordem executiva assinada por Trump na semana passada, que exclui as atletas trans das competições femininas, prova que a “IBA agiu de forma firme, protegendo as boxeadoras de uma competição injusta”.

“A IBA vai apresentar uma queixa formal ao Procurador-Geral da Suíça, Stefan Blätter, em relação às ações do COI que facilitaram a participação dessas atletas não elegíveis no torneio olímpico de boxe de 2024 em Paris”, afirmou nesta segunda-feira a IBA, órgão presidido pelo russo Umar Kremlev e suspenso pelo COI por diversas irregularidades financeiras e esportivas.

“Conforme a legislação suíça qualquer ação ou omissão que represente risco para a segurança dos participantes na competição justifica uma investigação e pode servir de base para um processo penal. Além disso, denúncias semelhantes serão apresentadas aos procuradores-gerais da França e dos Estados Unidos”, acrescentou a entidade.

Kremlev oferece assessoria jurídica às boxeadoras que se considerem prejudicadas pela decisão do COI a entrar na Justiça contra o presidente, Thomas Bach, o diretor esportivo, Kit McConnell, e as respectivas equipes, oferecendo-se a pagar as despesas.

“Isto é uma clara violação dos direitos humanos, um ultraje para as boxeadoras e simplesmente um crime que deve ser punido adequadamente. Na minha opinião, Thomas Bach deveria assumir toda a responsabilidade por isso, pois estava no comando quando ocorreu, e deve compensar os danos causados, se o tribunal ou qualquer outra instância assim determinar”, disse Kremlev.

Crédito imagem: Getty Images

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