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Investimento de players do futebol no esporte eletrônico

Neste mês o jogador de futebol Casemiro (ex-São Paulo e atual Real Madrid) fundou o próprio clube de esportes eletrônicos, o Case eSports.

Cada vez mais os players do mercado dos esportes analógicos brasileiro, especialmente do futebol, têm investindo no esporte eletrônico. Neste artigo do eSport Legal apontamos as principais razões para tanto.

É um ótimo investimento

O esporte eletrônico já está muito grande, com crescimento de dois dígitos percentuais todo ano e com previsão de continuar assim por um bom tempo, então é natural que clubes e jogadores queiram investir nesse mercado, que ainda é muito barato para se ingressar.

Algumas modalidades já se profissionalizaram bastante, já perdendo um pouco dessa facilidade de ingresso, como é o exemplo do League of Legends, cuja vaga na liga no modelo de franquias custa ao menos R$ 4 Milhões.

Mas não é só isso, alguns investidores não estão pensando apenas no retorno financeiro ou então não estão esperando o lucro vindo direto do time de eSports, mas sim de formas secundárias.

Rejuvenescimento da marca

Mesmo que não haja retorno financeiro imediato, os clubes de futebol e os jogadores já se beneficiam apenas ao se envolver com o esporte eletrônico por um simples motivo: o futebol está envelhecendo.

O futebol está perdendo espaço nas novas gerações para outras formas de entretenimento e ter um time de eSports faz com que essa nova geração conheça e se identifique com a marca do clube.

Então o investimento nos esportes eletrônicos, por clubes de futebol é um investimento principalmente em marketing para beneficiar a marca que já possuem, fazendo com que se seus clubes não tenham lucro, ainda assim o retorno seja garantido.

É também com o interesse de rejuvenescer a marca que empresas como BMW e Mercedes investem em patrocínios no eSport.

A recomendação aos leitores que estudam marketing é que estudem os cases da estratégia de marketing “Grow Up” realizado pela Mercedes, que conta com ativações não só na área gamer, mas em diversos entretenimentos que atingem as novas gerações.

Apego emocional

Nem tudo é dinheiro, e o próprio Casemiro é exemplo disso.

O jogador do Real Madrid concedeu ao Gaulês, o maior influenciador da área dos games no Brasil e que trabalha mais diretamente com o Counter-Strike, que é a modalidade de esporte eletrônico em que o Casemiro está iniciando os investimentos.

Nessa entrevista o Casemiro fala sobre a sua história com o jogo, que num momento difícil em que não podia jogar lá no início da carreira por conta de uma Hepatite, ele jogou bastante o CS e desde então acompanha o cenário esportivo do jogo, onde fez diversos amigos.

O Case observou que muitos atletas sofriam com clubes que não eram profissionais e decidiu criar seu clube justamente para mudar essa realidade: trazer profissionalismo para esse mercado.

Com essa ideia, ele contratou jogadores brasileiros e os alocou em Madrid, com casa com quartos individuais e centro de treinamento muito bem equipados, com suporte de fisioterapeuta, psicólogo, cozinheiro, entre outros

Mas é necessário cuidado!

O Flamengo eSports anunciou a entrada no esporte eletrônico em 2017 e em 2018 já estava competindo na modalidade League of Legends ao adquirir uma vaga no Circuito Desafiante, espécie de segunda divisão. Na temporada que estreou no Circuito Desafiante, já conseguiu acesso ao CBLOL, disputando quatro finais em cinco temporadas.

O Corinthians, que já havia feito uma breve parceria com o clube de eSports Red Canids em 2018, ingressou novamente nos eSports com time da modalidade Free Fire em 2019. No mesmo ano se sagrou campeão mundial da modalidade. Para entender melhor o efeito do eSport na marca do Corinthians no ambiente digital, basta verificar o perfil do time de Free Fire no instagram, @corinthians.ff , o time existe há um ano e possui na data da publicação desse artigo 3.5 milhões de seguidores, enquanto o perfil principal do clube de futebol centenário, @corinthians , possui 5.2 milhões.

Entrar no esporte eletrônico é uma ótima ideia e pode garantir histórias de sucesso como as acima narradas, mas também pode impactar negativamente a marca do clube caso o planejamento e execução não sejam bem feitas.

Um caso negativo é a passagem do Clube do Remo no League of Legends em 2017, que se envolveu em polêmicas de atraso de pagamento de salários, campanha inexpressiva, rebaixamento e saída da modalidade por conta da mudança de planos da gestão do clube.

O Flamengo e o Corinthians tiveram sucesso principalmente porque toda a operação no esporte eletrônico foi planejada e executada por empresas experientes no ramo, Simplicity (precedida pela Cursor) e Immortals, respectivamente, em contratos que blindam a possibilidade de eventual nova gestão nos clubes não terem interesse no prosseguimento da operação.

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