O Irã autorizou, nesta quinta-feira (25), as mulheres a assistir a uma partida de futebol do Campeonato Iraniano em Teerã pela primeira vez desde a Revolução Islâmica, em 1979. A informação foi divulgada por um dos clubes do país, o Esteghlal.
“Este é um acontecimento histórico. Pela primeira vez a torcida feminina do Esteghlal irá ao estádio Azadi (de Teerã) para apoiar sua equipe contra o Mes Kerman”, publicou o Hamshahri, jornal da capital iraniana.
As mulheres são proibidas de comparecer em estádios de futebol há mais de 40 anos. Em janeiro, elas foram autorizadas a assistir a uma partida da seleção do Irã pela primeira vez em quase três anos, durante as Eliminatórias para a Copa do Mundo do Catar, contra o Iraque.
Em setembro de 2019, uma torcedora de 30 anos do Esteghlal morreu depois de atear fogo em si mesma por medo de ser presa por querer assistir a um jogo do clube. Na ocasião, ela tentou entrar em um estádio disfarçada de homem.
O caso gerou muita comoção e foi o estopim para muitos pedirem que o Irã fosse impedido de participar de competições internacionais e que os jogos da seleção fossem boicotados. Após a morte da torcedora, a FIFA ordenou que o país permitisse o acesso de mulheres aos campos de futebol.
Apesar disso, a determinação dificilmente é cumprida. Em agosto, o ministro dos Esportes do Irã, Hamid Sajadi, anunciou que a entidade máxima do futebol propôs “em uma nova carta” que fosse permitida a participação de mulheres em jogos de futebol.
Os clérigos, que têm um papel importante nas tomadas de decisões no Irã, argumentam que “as mulheres devem estar protegidas da atmosfera masculina e da vista dos homens”. Por isso, não devem usar roupas esportivas, já que estas deixam seus corpos parcialmente visíveis.
Crédito imagem: FT 360 Ira
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