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Irã executa lutador Navid Afkari mesmo após pressão mundial

O Irã executou nesse sábado (12) o lutador iraniano Navid Afkari em uma prisão localizada em Shiraz. O caso teve grande repercussão mundial nos últimos dias, e o país sofreu pressões internacionais de entidades como a Anistia Internacional e o Comitê Olímpico Internacional (COI) e até do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A informação foi confirmada pelo chefe do Departamento de Justiça de Fars, Kazem Mousavi.

O lutador, de 27 anos, foi preso em agosto de 2018 juntamente de seus irmãos, sendo condenado a duas penas de morte por formar um grupo para atuar contra o regime do governo, esfaquear o segurança Hassan Torkaman e participar ativamente de protestos em Shiraz e Kazerun. A única testemunha do caso, um comerciante que estava a quilômetros do local do crime, só teria dito que Navid se parece com o suspeito do assassinato.

“Não existe direitos humanos sem o devido processo legal e um judiciário autônomo o que não me parece ter sido o caso de Afkari. Quando um atleta se expõe, compra uma pauta, uma luta social, isso é aumentado, o esporte tem esse poder, de envolver as pessoas, logo em regimes autoritários os atletas podem se tornar ativistas indesejáveis para esses governos. A execução me parece uma repressão a coragem dele de se opor ao governo. A verdade é que a autorização estatal para matar não condiz com a construção efetiva de uma sociedade baseada nos direitos humanos”, avaliou Mônica Sapucaia, advogada especialista em direitos humanos.

Os protestos foram motivados pela forte desvalorização da moeda local, o Rial, o que gerou uma forte onda de revolta e manifestações pelo país.

Afkari foi condenado a duas penas de morte, seis meses de prisão e 74 chibatadas. Enquanto seus irmãos, Vahid e Habib, receberam 54 e 27 anos de prisão respectivamente, além de 74 chibatadas.

Ao saber da execução, o COI se manifestou dizendo que estava chocado com o acontecido e que o país não respeitou os pedidos feitos pelas diferentes entidades mundiais.

Para o advogado especialista em direito esportivo, Vinícius Calixto, as entidades esportivas devem reagir nesses casos.

“É preciso que organizações de direitos humanos e a comunidade internacional pressione também as entidades esportivas, especialmente o Comitê Olímpico Internacional e a Federação Internacional da modalidade para que tomem ações concretas direcionadas à participação do Irã. Tal como já ocorreu em outras ocasiões, em que pressões esportivas contribuíram para mudanças em regras estatais, a exemplo da participação de mulheres em eventos esportivos no próprio Irã, as entidades esportivas devem reagir direta e objetivamente, tendo em conta inclusive os preceitos da Lex Sportiva, especial da Carta Olímpica”, disse Vinícius.

O Irã executou ao menos 259 pessoas em 2019, se juntando com a China como os países que mais praticam o ato, de acordo com a Anistia Internacional.

Crédito imagem: Reprodução

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