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Janela de transferências da PL tem menor movimentação dos últimos anos

O mercado de transferência do futebol europeu sofreu um grande impacto nessa temporada e a Premier League, uma das ligas mais competitivas do mundo, foi uma das mais afetadas. A pandemia de Covid-19 somada às novas regras de transferência pós-Brexit fizeram com que os clubes que disputam a competição gastassem menos em contratações na janela de janeiro, encerrada na última segunda-feira (1).

“O cenário de transferências foi duramente impactado pela pandemia. Os clubes estão sem dinheiro, fruto da queda de receitas. Esta queda impacta a capacidade de pagar salários e também diminui a capacidade de fazer dívidas”, analisou o economista Cesar Grafietti.

Ao todo, os clubes da Premier League não gastaram mais de £ 84,2 milhões em janeiro, com apenas 12 negócios concretizados. O Manchester United foi o clube que mais gastou ao desembolsar £ 37 milhões para contratar o atacante Amad Diallo do Atalanta, da Itália. A quantia paga pelos ingleses pelo jogador da Costa do Marfim corresponde a um quarto do montante total gasto por todas as equipes na janela.

O número reflete a grande queda sofrida em relação aos £ 230 milhões gastos em janeiro do ano passado e uma diferença ainda maior de £ 381 milhões em relação ao recorde de £ 430 milhões no mesmo mês de 2018.

“Os ingleses têm uma dificuldade em entender que hoje eles estão indo para um segundo patamar do futebol. O problema do futebol inglês, assim como de outros mercados, é depender de jogadores estrangeiros para fortalecer sua competição. Fortalece sua competição, mas enfraquece sua seleção, a Alemanha para mim é o maior exemplo disso”, analisa o consultor de marketing Amir Somoggi.

Embora os jogos de futebol estejam acontecendo normalmente, não há torcedores nas arquibancadas e os clubes, independentemente do tamanho, sofreram enormes prejuízos por conta disso. A falta de arrecadação em matchday (bilheteria) e o reembolso às emissoras de TV pela paralisação do futebol são os dois principais fatores causados pela pandemia no futebol. Na Inglaterra, soma-se ainda as novas regras de transferências para jogadores dos países da União Europeia que queiram atuar na Premier League. O Lei em Campo já explicou as mudanças.

“Ainda não dá para dizer que há grande impacto do Brexit. As regras são bastante flexíveis para atletas das principais ligas, então neste momento o problema é a crise gerada pela pandemia”, ressaltou Grafietti.

No verão, as principais ligas da Europa esperavam o retorno gradual dos torcedores aos estádios e os clubes continuaram gastando, acreditando que o pior da pandemia já havia passado. Em vez disso, a nova variante da Covid-19 descoberta no Reino Unido no final de 2020 mudou novamente o cenário, levando os governos de países da Europa a implementarem novas medidas restritivas.

No ano passado, impulsionado por um lucrativo acordo de TV, o futebol francês foi o segundo maior gastador líquido da Europa. Agora, a situação é totalmente diferente. A Ligue 1 foi a mais afetada economicamente depois que chegou ao fim o acordo de £ 760 milhões da Mediapro para transmissão da competição, deixando muitos clubes em situações dramáticas. Até o momento não há empresas interessadas para transmitir o torneio.

O diretor da Deloitte, Tim Bridge, acredita que a janela de transferências de janeiro caiu cerca de 50% por quando comparada a outros anos.

“Vimos os clubes da Premier League continuarem gastando quase na esperança de que a pandemia estivesse chegando ao fim naquele ponto. Acho que é absolutamente um sinal dos tempos. O futebol, como falamos nos últimos seis ou oito meses, simplesmente não está imune aos desafios da pandemia”, disse o dirigente à Sky Sports.

Apesar do início da campanha de vacinação em grande parte do mundo, a situação ainda é complicada e não há como se planejar sem haver uma previsão de quando a pandemia estará de fato controlada. É o que disse Cesar Grafietti: “como ninguém tem ideia sobre a duração das restrições, não faz sentido tomar decisões sem ter uma visibilidade clara sobre o futuro”.

Crédito imagem: Getty Images

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