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Jorge Jesus terá, no Flamengo, que superar um déficit brasileiro

A conquista da Champions League de 2019 pelo Liverpool, do técnico Jürgen Klopp, que está à frente do clube inglês desde 2015, na mesma semana em que o técnico brasileiro Abel Braga foi demitido do Flamengo apenas cinco meses após a sua contratação, trouxe à tona mais uma vez a discussão: de quanto tempo um técnico precisa para fazer um bom trabalho? Quanto tempo de trabalho foi necessário para que técnicos consagrados entrassem para a história do esporte?

Bernardinho, Alex Ferguson e Bill Belichick, o que eles têm em comum além do sucesso do lado de fora das quatro linhas? Tempo! Tempo para dar continuidade ao seu projeto. Tempo de aperfeiçoá-lo.

Uma das maiores personalidades do esporte brasileiro, Bernardo Rocha de Rezende é considerado por muitos o maior campeão da história do voleibol mundial. Bernardinho, como é conhecido, acumula no currículo mais de trinta títulos importantes na carreira, entre eles, seis medalhas olímpicas (cinco como técnico e uma como jogador).

À frente da seleção brasileira – masculina e feminina – de vôlei por 22 anos, criou um legado conhecido como “Era Bernardinho”, a sequência mais vitoriosa da história na modalidade, transformando o vôlei brasileiro em um dos principais do planeta.

Além dele, com o título de Sir agraciado pela rainha da Inglaterra, o escocês Alex Ferguson, considerado por muitos o maior técnico de futebol de todos os tempos e o mais vitorioso técnico da Inglaterra, não deixa nada a desejar ao técnico brasileiro. Fergie, como também é chamado, fez a carreira comandando, durante 27 anos os “Diabos Vermelhos”, como são chamados os jogadores do Manchester United.

Graças a Alex Ferguson, a equipe de Manchester se tornou uma das mais importantes e vitoriosas equipes da Inglaterra, com 39 títulos, sendo treze Premier League, duas Champion League, dois mundiais de clubes e uma Supercopa da Uefa.

Por fim, mas não menos importante, depois de nove participações no Super Bowl, William Stephen Belichick já conta com seis anéis em sua coleção (prêmio dado aos vencedores da NFL – Liga Nacional de Futebol americano).

Bill Belichick é um dos mais vitoriosos treinadores na história do esporte mais popular e mais rico do mundo – o futebol americano. Seu sucesso, principalmente liderando a equipe dos New England Patriots, franquia da NFL sediada em Foxborough, na região de Boston, continua até os dias de hoje. Em parceria com o maior nome do futebol americano dentro das quatro linhas, o quarterback Tom Brady, Bill entrou no 19º ano conquistando, sobre o time dos Los Angeles Rams, o Super Bowl LIII, evento esportivo mais visto e mais lucrativo dos EUA, que ocorreu em fevereiro de 2019. Para que se tenha uma ideia, o custo do comercial de 30 segundo no evento custou US$ 5,25 milhões.

Poderíamos citar outros gênios que, com muito talento e paixão, dedicaram anos de suas vidas às vitoriosas equipes que comandaram, como Connie Mack (conquistou cinco vezes o título da Série Nacional de Beisebol durante os 49 anos em que esteve à frente da equipe do Philadelphia Athletics) ou Phil Jackson (técnico mais vitorioso da NBA – liga americana de basquete –, com 11 títulos apenas em passagens por Chicago Bulls nos anos 90 e Los Angeles Lakers nos anos 2000).

Esses “craques” da articulação conseguiram, ao longo dos anos, carreiras vitoriosas por meio da continuidade de seus projetos.

Klopp, que ainda tem muito caminho pela frente para entrar nessa seleta lista de gênios, vem sendo elogiado por muitos críticos e especialista em futebol, porém não comentamos que desde 2015 a conquista da Champions pelo clube inglês foi a primeira do técnico alemão pelo Liverpool.

Será que se Klopp estivesse no futebol brasileiro ele teria tempo para montar e organizar a sua equipe?

Na contramão, segundo estudo feito pela CIES Football Observatory, em 2016 os técnicos brasileiros de futebol permaneceram, em média, 5,2 meses no cargo. Segundo levantamentos, em 2019 a média é um pouco melhor, 6 meses de tempo de permanência dos “professores” no comando das equipes. Se compararmos com os treinadores franceses de futebol (onde o ciclo também é pequeno), a durabilidade cai para quase um terço do período médio.

Nem todos são geniais! Mas será que a troca prematura de técnicos, como vem acontecendo no Brasil, está frustrando, no longo prazo, o resultado esperado pelos times? Klopp ou Ferguson seriam ídolos à frente de algum clube brasileiro?

Para os amantes do esporte, as mentes brilhantes superaram, em muito, a expectativa.

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