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Jornalista portuguesa é alvo de processo disciplinar após pergunta para técnico do Sporting

O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) deu início a um processo disciplinar contra a jornalista Rita Latas, da Sport TV (considerada a primeira emissora esportiva do país), por ter feito uma pergunta fora do script ao técnico Rúben Amorim, durante a flash-interview (entrevista rápida pós-jogo) após a derrota de 2 a 0 do Sporting para o Chaves.

O regulamento da Liga Portugal permite que apenas perguntas relacionadas à partida em questão podem ser feitas na flash-interview.  Nesse caso, a jornalista aproveitou o momento para questionar o treinador do Sporting sobre as recentes declarações feitas por Slimani – atacante que rescindiu seu contrato com o clube na semana passada.

“Uma última pergunta e um pouco à margem do jogo porque é impossível fugir a esse tema, as palavras de Slimani dirigidas a Rúben Amorim. Que comentários lhe merecem o que Slimani disse que, ao que tudo indica, Rúben Amorim não queria que Slimani jogasse porque preferia que Paulinho estivesse no onze inicial?”, perguntou Rita Latas a Rúben Amorim.

O treinador do Sporting se esquivou e não respondeu à pergunta, alegando que o assunto seria lembrado por outros jornalistas na coletiva de imprensa naquele mesmo dia. Apesar disso, membros do clube pediram que o ocorrido fosse relatado na súmula da partida e, a partir daí, que a profissional fosse punida.

“O Conselho de Disciplina instaurou a 30 de agosto de 2022 processo disciplinar por lhe ter sido presente Relatório Oficial de Jogo no qual se fazia referência ao fato da jornalista ter feito, durante a flash interview, pergunta não relacionada com o jogo que acabara de terminar. É obrigatória a sanção em processo sumário ou a instauração de processo disciplinar quando chegam ao seu conhecimento indícios da prática de ilícito disciplinar”, justificou o órgão da entidade portuguesa para justificar a abertura do processo contra a jornalista.

Após a grande repercussão do caso, o sindicato de jornalistas de Portugal divulgou um comunicado dizendo que a decisão é uma censura ao trabalho dos jornalistas.

Nesta quinta-feira (1), Rúben Amorim foi questionado sobre a abertura do processo disciplinar contra a jornalista, e deixou sua opinião sobre o caso.

“É algo que me ultrapassa. As perguntas podem ser feitas como quiserem, porque só respondo o que quero. Controlo as minhas respostas, as perguntas são indiferentes para mim. É algo regulamentar, não tenho muito a dizer. É da esfera do clube. Controlo as minhas respostas, é uma situação que me ultrapassa. Estão sempre a desviar-se do que é essencial do jogo, se está regulamentado, então têm de seguir. Se faz sentido? Isso não me compete a mim”, disse.

Crédito imagem: Reprodução

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