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Tragédia no RS, Rochet e a força social do esporte

A missão do atleta é competir. O desafio, vencer. Claro. Agora, ele também pode transcender ao jogo. Quando um atleta entende a força que tem, ele vai além de um campo, de uma quadra, de uma pista. Ele ajuda a transformar vidas e realidades. Em uma tragédia como a que o Rio Grande do Sul vive, queria aplaudir Sérgio Rochet.

Claro que foram muitos os atletas que entenderam o tamanho da crise climática/social que o estado está vivendo e decididiram ajudar. Diego Costa, Sóbis, Prass, Alecsandro, Thiago Maia, Coudet e tantos outros. Craques do surf brasileiro também se mobilizaram. O surfista e ex-BBB Pedro Scooby conseguiu reunir um grupo de atletas e pilotos de jet ski com grande experiência para auxiliar no resgate das vítimas.

Mas tem algo no envolvimento do goleiro do Internacional que chamou mais a atenção.

Estar presente

O registro do goleiro participando de uma ação solidária me derrubou. Uma lágrima, uma dor no peito e uma sensação de esperança. Tudo ao mesmo tempo, nesses dias em que os sentimentos andam tão agitados quanto as águas no meu Rio Grande do Sul.

Nessa tragédia sem precedentes, muitas são as imagens que nos tocam e que nos angustiam; outras, que nos levantam e nos enchem de esperança. De diferentes maneiras, todas mexem com a gente. Mas essa do goleiro carregando laranjas e carne, captadas pela grande jornalista Kelly Mattos, indo em direção a um abrigo para as vítimas da chuva trouxe algo diferente.

Pela solidariedade, pelo carinho, pela doação, claro. Mas ela me tocou de uma maneira diferente porque me jogou na cara que eu posso e devo fazer mais. Nós podemos estar presentes.

Rochet poderia ter doado um salário inteiro dele e pronto. Economicamente poderia ser até maior a contribuição. Mas isso não teria a relevância e a importância como a de se fazer presente nessa hora.

O uruguaio carregou carne e laranjas, serviu comida, e abraçou crianças e pessoas que precisam muito desse calor. Nessa hora, o ídolo se humaniza. E isso é algo significativo, é inspirador.

Nós podemos mais. Nós sempre podemos abrir os braços pra um abraço, fazer força pra empurrar um carro, pegar a colher pra servir alguém.

Nós podemos estar presentes. E isso – muitas vezes – vale mais do que um presente encomendado pela Amazon ou um texto bonito por aqui.

A força transformadora do esporte

Pela força que tem, o esporte é um agente catalisador de transformações sociais importantes. Tanto que ele e seus personagens já pararam guerras, e aproximaram povos; o esporte recuperou pessoas.

A ideia de ter o esporte como vetor de promoção e desenvolvimento da paz no mundo vem sendo pauta da ONU desde 2003, quando a Organização publicou a Resolução 58/5, intitulada “Esporte como um meio para promover educação, saúde, desenvolvimento e paz”.

Inclusive na Agenda 2030 do Desenvolvimento Sustentável, está escrito que o esporte é importante facilitador para a promoção do desenvolvimento e da paz, a partir da promoção da tolerância e do respeito e das contribuições que pode fazer para o empoderamento de indivíduos, como também para atingir objetivos como inclusão social, melhorar a educação e saúde no mundo.

Todos podem mais

O esporte vai além do jogo, claro que vai. E ídolos têm papel importante quando não estão em campo, em quadra, ou numa pista. Eles não só podem, mas devem ser agentes de transformação social.

No Brasil, em especial os jogadores de futebol.

É obrigação? Claro que não.

Mas o simples fato de estar presente já pode ser transformador.

Estar presente pode ser o mais simples e o mais importante dos presentes.

O goleiro colorado mostrou a diferença de um craque para um ídolo. Deu exemplo.

Nesses dias difíceis, nos fez renovar a esperança e fortalecer a fé. E, pra quem ainda duvidava, mostrou que goleiros também podem fazer golaços!

Ele mostra que assim jogadores se tornam ídolos. E ídolos vão virando exemplos.

Crédito imagem: Reprodução

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