O Vasco comemora 122 anos nesta sexta-feria e o clima continua quente nos bastidores do clube, apesar da liderança do time na Série A do Campeonato Brasileiro. As eleições de novembro têm proporcionado uma série de embates internos e jurídicos.
Tanto que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro acaba de deferir liminar para suspender a votação da reforma geral do estatuto social do clube, convocada para a terça-feira, 25 de agosto. Mas a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) está mantida para a definição das eleições diretas, conforme despacho do juiz Carlos Sergio dos Santos Saraiva, ao qual o Lei em Campo teve acesso.
O grupo político “Mais Vasco” contesta as sessões do Conselho Deliberativo que aprovaram as alterações no estatuto. O motivo? Falta do quórum qualificado durante as reuniões além de outras inconsistências no processo, como também já relatou o Lei em Campo.
O presidente do Conselho Deliberativo, Roberto Monteiro, defende que tudo ocorreu como determina o regimento interno do Vasco. No entanto, contesta a realização da assembleia para votação da matéria pelos sócios. Na noite desta quinta-feira (20), Monteiro convocou nova reunião do Conselho para a próxima segunda (24).
Em pauta, o descumprimento dos ritos para a convocação da AGE por parte do presidente da Assembleia Geral, Faués Cherenne Jassus, o Mussa, a questionada lista de sócios aptos a votar, bem como a não aprovação da contratação da empresa Eleja Online pelo Conselho Administrativo do clube, para realização da sessão virtual.
O presidente Alexandre Campello, por meio de nota, declarou que não pode garantir a idoneidade dos serviços prestados, nem a segurança do processo eleitoral e muito menos o sigilo dos dados dos sócios, porque não autorizou e nem participou da escolha da empresa.
O presidente da Assembleia Geral, por sua vez, defende que seu compromisso é “com a ética, com a lisura, com a segurança e com a transparência do processo eleitoral”. Mussa terá de enfrentar o Conselho Deliberativo, que pretende criar comissão de inquérito e eventualmente puní-lo por contratação irregular.
O Lei em Campo continua acompanhando o desenrolar do processo político, eleitoral e judicial no Vasco.
Palavra do especialista:
O advogado Nilo Patussi, com experiência em gestão e compliance, esclareceu sobre a contratação de prestadores de serviço, destacando due diligence, pilar importante de um programa de integridade.
“O processo de contratação, a partir do cumprimento de políticas internas, precisa seguir as etapas para que ele seja efetivo, ou seja, seja considerado válido para a instituição. Sempre com o objetivo de proteger a instituição, esse processo permite que o clube não se envolva com empresas de identidade questionada e que sempre contrate serviços com os melhores preços e serviços, tal qual uma licitação. Ao descumprir essas regras internas (políticas de contratação) os responsáveis precisariam ser investigados e submetidos ao conselho de ética da instituição para o devido processamento e julgamento. Isso tudo dentro de um procedimento ideal de boas práticas de governança e estrutura ética”.