O gol do atacante Dudu contra o Atlético-MG, que selou a classificação do Palmeiras para a final da Libertadores, foi bastante contestado na manhã desta quarta-feira (29). O motivo foi a invasão ao campo de Deyverson, reserva do Alviverde, nos instantes finais do lance.
Segundo as regras da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), jogadas como essas é passível de anulação quando “o árbitro perceber” a existência de uma “pessoa extra” da equipe que fez o gol dentro de campo. Sendo assim, “o jogo deve ser reiniciado com um tiro livre direto, executado do local em que a pessoa extra estava”.
No entanto, o texto cita um ponto em que o lance pode ser validado: “se, após a marcação de um gol e após o jogo haver sido reiniciado, o árbitro perceber que uma pessoa extra estava em campo no momento em que o gol foi marcado, o gol não pode ser invalidado”.
Para esclarecer se o gol do Palmeiras deveria ou não ter sido anulado, ex-árbitros opiniram sobre o lance no UOL Esportes.
“O gol, para mim, é legal. Realmente há a invasão do Deyverson, isso não tem a menor dúvida, uma atitude que considero totalmente desequilibrada para um profissional. Mas tem que analisar se teve uma participação ativa do Deyverson. O texto fala que o gol é ilegal, e o próprio texto, no parágrafo inicial, fala em tiro livro no local onde o agente externo participa da jogada. Onde que o Deyverson participa da jogada? Existe uma interpretação do texto buscando o espírito da regra. Não tem o menor sentido se você ler o primeiro parágrafo do que está na regra de dizer que o gol é irregular por causa disso. É absurdo. Ele tem que participar do jogo, e o Deyverson não participa do jogo”, avaliou Alfredo Loebeling.
Renato Marsiglia, ex-árbitro e comentarista de arbitragem, ressaltou o “bom senso” e também disse que validaria o gol.
“Eu jamais anularia o gol. Arbitragem é bom senso, e o árbitro tem que ter leitura do contexto do jogo e do momento. Quantas vezes uma bola é jogada para dentro do campo, e o árbitro apenas pede que um jogador devolva esta bola para fora e o jogo não para? Às vezes, até gol acontece com duas bolas em campo, e o gol não é anulado”, opiniou.
“Tem que entender o ‘espírito da regra’. Anular um gol se justifica quando um time está realmente com12 jogadores em campo e não porque um jogador afoitamente entra um ou dois metros no gramado, antecipando a comemoração de um gol que era iminente”, completou Marsiglia.
Leia a íntegra da regra:
“9. Gol marcado com pessoa extra no campo de jogo
Se, após a marcação de um gol e antes de o jogo ser reiniciado, o árbitro perceber que uma pessoa extra se encontrava dentro do campo no momento em que o gol foi marcado:
O árbitro deve invalidar o gol se a pessoa extra era:
– jogador, jogador substituto, jogador substituído ou jogador expulso ou oficial da equipe que marcou o gol. O jogo deve ser reiniciado com um tiro livre direto, executado do local em que a pessoa extra estava;
– agente externo que interferiu no jogo, a menos que o gol haja sido marcado de acordo com a situação descrita em “pessoas extras no campo de jogo”. O jogo deve ser reiniciado com bola ao chão.
O árbitro deve validar o gol se a pessoa extra era:
jogador, jogador substituto, jogador substituído, jogador expulso ou oficial da equipe que sofreu o gol;
agente externo que não interferiu no jogo.
Em todos os casos, o árbitro deve ordenar a saída da pessoa extra do campo de jogo.
Se, após a marcação de um gol e após o jogo haver sido reiniciado, o árbitro perceber que uma pessoa extra estava em campo no momento em que o gol foi marcado, o gol não pode ser invalidado.
Se a pessoa extra ainda continuar no campo de jogo, o árbitro deve:
– interromper o jogo;
– ordenar a saída da pessoa extra;
– reiniciar o jogo com um bola ao chão ou com um tiro livre, conforme seja apropriado”
Após a repercussão, Deyverson usou as redes sociais para provocar os rivais.
“Falem o que quiser. Estamos na final. Querem procurar algo para não falarem da nossa conquista né!? Estamos na final. Piscadinha da inveja”, escreveu o jogador.
Crédito imagem: Fernando Martins y Miguel
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