A Copa Libertadores de 2018 será um grande divisor de águas na história da competição.
Depois de duas semifinais eletrizantes entre Palmeiras e Boca Juniors e River Plate e Grêmio, a competição terá sua primeira final argentina com os maiores clubes do país.
Boca e River possivelmente é o maior clássico da América do Sul. Conhecido na argentina como superclássico, é uma rivalidade de bairro que se tornou mundial.
O River é o maior vencedor nacional (35 títulos, contra 44 do rival), enquanto o Boca é o maior vencedor internacional, com 6 Libertadores (River tem 3) e 3 Mundiais (River tem 1).
O Boca manteve sua sede no bairro La Boca, região humilde de Buenos Aires. O River Plate mudou-se para Belgrano, bairro nobre da capital argentina. Assim, a rivalidade passou a ter aspectos de “povo X elite”.
Trata-se, ainda, da última final em duas partidas, já que, a partir de 2019, a finalíssima será disputada em jogo único com sede definida. A primeira será em Santiago, no Chile.
Por tudo isso, a final da Libertadores de 2018 já seria histórica.
Mas, para tornar tudo ainda melhor, graças aos esforços da Conmebol, da AFA (Associação de Futebol Argentino) e dos clubes envolvidos, enfim, as finais foram definidas para ocorrerem nos finais de semana e em horário que viabiliza exibição para a Europa de forma factível com o fuso horário.
Pela primeira vez na história, a Europa pôde acompanhar a final do segundo torneio continental de clubes mais importante do mundo fora das madrugadas. Em Portugal, por exemplo, a finalíssima se dará no sábado, dia 24 de novembro, às 20h.
Após a primeira partida da final (que acabou ocorrendo no domingo em razão de chuvas torrenciais em Buenos Aires), a imprensa europeia se rendeu ao futebol sul-americano.
O jornal espanhol esportivo Marca estampou o duelo na primeira página com a manchete “Decimé qué se siente”.
Sem dúvidas, a Libertadores da América se dividirá entre antes de 2018 e pós-2018.
O superclássico argentino na finalíssima demonstrou o quão valiosa e atrativa a competição é quando bem gerida, bem pensada e bem organizada.
Em 2019 a competição terá 27 jogos transmitidos exclusivamente pelo Facebook. Para 2020 já se estuda a inclusão de equipes mexicanas e norte-americanas.
Além disso, com a prioridade de expandir a visibilidade da competição, para os próximos contratos a tabela e horário dos jogos serão definidos pela Conmebol, e não mais pelas emissoras de TV.
Enfim, ao que tudo indica, a Libertadores da América entrou de vez na nova era dos grandes espetáculos esportivos. Com isso, poderá, em alguns anos, melhorar substancialmente seu alcance no mundo, bem como a arrecadação financeira dos clubes.
Já passava da hora de o futebol sul-americano abandonar a postura passiva e periférica e adotar medidas efetivas em prol do futebol da competição e que faça jus aos cinco Mundiais do Brasil, aos quatro do Uruguai (incluindo-se duas medalhas de ouro antes de 1930) e às duas Copas da Argentina.
O fato é que sabemos que nada será como está e que amanhã nada será como antes!!!
Arriba Sudamerica!!!!