Depois de mais um adiamento da final da Libertadores, agora a Conmebol terá uma reunião na manhã da próxima terça-feira, na sede da entidade, no Paraguai, para tentar definir a nova data da decisão entre River Plate e Boca Juniors. Para isso, a Conmebol terá de enfrentar a resistência do Boca.
Após conseguirem que o jogo não fosse disputado no domingo, como estava previsto, os dirigentes do Boca, segundo o jornal argentino Clarín, entraram com um pedido na Conmebol.
Utilizando como argumento o art. 18 do Código Disciplinar da Conmebol, eles pedem que o regulamento seja aplicado e que o Boca fique com os três pontos da partida que não aconteceu, sendo assim declarado campeão da Libertadores 2018.
Os dirigentes xeneizes usam como base para a decisão o que aconteceu em 2015. Na ocasião, também em jogo pela Libertadores, um torcedor do Boca furou o túnel inflável que leva os jogadores do vestiário ao campo e atingiu os jogadores do River com um gás de pimenta. O jogo foi cancelado. O Tribunal Disciplinar considerou o River ganhador do jogo por 3 x 0 e eliminou os xeneizes da competição.
Assim, o ataque dos torcedores do River Plate ao ônibus do Boca Juniors antes da #Superfinal da Libertadores pode render punições ao time mandante, já que o regulamento da Conmebol prevê punições por atos das torcidas.
Mas a Conmebol não quer que a #Superfinal da Libertadores, o “jogo que pararia o mundo”, seja decidida nos tribunais, e vai trabalhar contra. A entidade alega equilíbrio esportivo, princípio do direito esportivo da paridade das armas, que reforça incerteza de resultado.
Outro problema para a Conmebol é arranjar uma data para o jogo. Nesta semana a capital argentina terá encontro do G-20, que reúne os principais ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia, dificultando a realização do jogo.
Somado a isso, tem o Mundial de Clubes, que tem a semifinal programada para 18 de dezembro. Então, se acontecer, a final da Libertadores deve ocorrer em 8 de dezembro, apenas dez dias antes de o campeão da competição estrear no Mundial.
No ano passado, a torcida do Flamengo também causou tumulto no Maracanã e arredores na final da Copa Sul-Americana, no jogo contra o Independiente (ARG). A Conmebol acabou multando o clube em R$ 965 mil e ainda condenou o time a jogar duas partidas sem a presença de torcida, que o clube carioca acabou cumprindo na Libertadores de 2018.
Então, pelo histórico dos julgados e pela interpretação que o Tribunal tem dado a questões como essa, é bem provável que o River, sendo campeão com bola rolando, seja condenado apenas por multa e jogos com portões fechados.
Mudar resultado de campo é algo muito difícil de o Tribunal determinar.
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Decisões anteriores da Conmebol:
http://conmebol.com/es/16052015-2148/comunicado-de-la-unidad-disciplinaria
http://www.conmebol.com/pt-br/tribunal-disciplinar-da-conmebol-impoe-sancoes-ao-clube-flamengo
