Liverpool x City era o jogo mais esperado da Premier League, pelo menos nesse começo de campeonato, pois se trata do atual campeão inglês contra o atual campeão da Europa.
E o primeiro gol da partida aconteceu depois de um lance polêmico, ou seja, City no ataque dentro da área do Liverpool, bola toca na mão do Bernardo (City) de forma acidental e em seguida toca no braço do defensor do Liverpool que estava com o braço aberto, ampliando o seu espaço corporal em um movimento nada natural e gerando um bloqueio para a bola.
O árbitro não marcou mão do atacante e tampouco braço do defensor, a jogada seguiu, o Liverpool foi para o ataque, marcou seu primeiro gol no jogo e saiu na frente do rival.
É protocolo do VAR, após um gol, analisar e rever todo o lance que pode ter originado o gol. Isso foi feito nesse lance da Premier League e o gol confirmado.
A regra especifica a questão de um toque de mão/braço do atacante, mesmo que seja totalmente acidental na bola, considerando que o futebol não aceita um gol de mão, então desta forma uma falta deverá ser marcada para a equipe adversária se esse toque involuntário der origem a um gol ou criar uma oportunidade clara de gol.
O toque do Bernardo foi involuntário, já no caso do defensor do Liverpool, na minha opinião, o braço ampliava o espaço corporal e não era uma posição natural, podendo ser considerado uma infração. Porém, a regra da FIFA entende que um pênalti é uma oportunidade clara de gol, ou seja, após o toque acidental na mão do atacante do City a bola toca no braço do defensor e um pênalti não poderia ser marcado por ter origem em uma mão do atacante.
Então, deveria ter sido marcada a falta na área a favor do Liverpool? Sim, se o árbitro tivesse visto na hora e em campo, mas ele provavelmente não viu e a jogada seguiu. O gol saiu, o VAR analisou e confirmou o tento para o Liverpool.
E a decisão do VAR foi correta? Sim, pois a regra também fala da lei da vantagem que pode ser aplicada para uma equipe que teria uma infração a seu favor e foi isso que aconteceu. O VAR não iria anular um gol para dar uma falta a favor do Liverpool em sua área penal, pois estaria beneficiando o infrator e tirando um gol para dar a falta a favor do mesmo time. Falta, pênalti ou gol? Gol.
Porém, é relevante ressaltar que o VAR da Premier League não considerou penalidade no lance, alegando que o braço do jogador do Liverpool estava em posição natural.
Porém, fica fácil lembrar do gol anulado do Palmeiras contra o Inter. No lance William sofreu a falta na entrada da área, pode-se dizer que por consequência disso a bola toca em seu braço acidentalmente, a jogada segue e, após um passe, o gol é marcado. Por protocolo o VAR revisa e vê o toque da bola no braço do atacante palmeirense, sugere revisão do árbitro que anula o gol. Conforme a regra já citada, uma infração deve ser marcada se um toque na mão/braço originar um gol ou uma oportunidade clara de gol e no lance do William, após o toque em seu braço, foi criada uma oportunidade clara de gol e em seguida o gol, não permitido pela regra. Naquela ocasião o erro da arbitragem foi, depois anular o gol corretamente, marcar falta do William ao invés de falta nele, que ocorreu primeiro e então o Palmeiras não levou a vantagem em função do toque no braço.
A diferença entre os lances de Liverpool x City e Palmeiras x Inter é que a infração do braço do William originou o gol do próprio time e o braço do Bernardo originou o gol do adversário. Por isso um foi marcado e o outro anulado.
Um dos princípios da regra é não beneficiar o infrator, e os lances pitorescos ajudam a estudar e entender cada vez mais as regras do jogo.