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Livro da semana: “A marca da vitória”– a autobiografia do fundador da Nike

Nas últimas semanas abordamos livros que tratam de legislação esportiva, ou daquelas áreas correlatas ao esporte dentro do direito. Nesta, contudo, a gente deixa um pouco o lado jurídico de lado (ainda que não totalmente) e foca mais no esporte, porque este livro é imperdível. Pra quem ama correr e faz dessa atividade seu prazer e fonte de saúde, então, diria que é um daqueles livros indispensáveis.

Já tratamos aqui também do surgimento e da história de duas marcas esportivas, Adidas e Puma, até porque essas marcas estão presentes sob qualquer ângulo pelo qual se analise o esporte moderno. Hoje, então, é a vez da terceira das grandes marcas: a Nike. Só que a história aqui é contada pelo fundador da empresa, Phil Knight, em uma autobiografia deliciosa.

O fundador começou com 50 dólares emprestados do pai, importando poucas caixas de uma marca japonesa, Onitsuka, em uma época em que correr era um esporte profissional, não um lazer  um empresário de moletom e tênis correndo na rua, sem destino, não podia estar batendo bem da cabeça; não era normal. Tente imaginar isso nos dias de hoje, ao visitar o Parque Ibirapuera num domingo de manhã. Phil Knight terminou criando uma das maiores empresas esportivas do mundo, cuja logomarca é reconhecida em todos os cantos do  planeta.

Bem, não vou estragar o prazer de descobrir como o importador de Onitsuka acabou fundando a própria empresa, a Nike (a deusa da vitória, para os gregos), nem como, da forma mais artesanal possível, começaram a fabricar os solados de borracha “em waffle” e o amortecimento a ar que revolucionaram o mundo. Mas asseguro que no livro não tem “só” isso; tem lições de empreendedorismo, de negócios, disputas jurídicas (ó ele aí, falei que não tinha sido deixado de lado).

E já no começo do livro, Phil Knight nos brinda com, para mim, a melhor descrição que já li sobre o prazer de correr. Corredores entenderão e com ela se identificarão:

“Além disso, poucas ideias são tão malucas quanto a minha atividade favorita: correr. É difícil. É doloroso. É arriscado. As recompensas são poucas e nunca são garantidas. Quando você corre em uma pista oval ou em uma estrada vazia não tem um destino verdadeiro. Pelo menos não um que justifique todo o esforço. O ato em si se torna o destino. Não é apenas por não haver uma linha de chegada; é porque é você quem define a linha de chegada. Os prazeres ou ganhos que podem ser obtidos por meio do ato de correr, sejam quais forem, precisam ser encontrados dentro de si. Tudo depende de como você encara a corrida, de como a negocia consigo mesmo.

Todo corredor sabe disso. Você corre, quilômetro após quilômetro, e nunca sabe exatamente por quê. Diz a si mesmo que está correndo em direção a um objetivo, que persegue algum ímpeto, mas, na verdade, você corre porque a alternativa, que é parar, o faz tremer de medo.”

Genial!

Boa leitura!

……….

A marca da vitória
Phil Knight
Editora Sextante
384 páginas

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