A segunda onda de contágio de Covid-19 enfim chegou ao velho continente. Com recordes de novos casos a cada dia, os diferentes governos resolveram retomar medidas restritivas para amenizar ao máximo os danos causados pelo vírus. As competições de futebol na Europa voltaram recentemente, com a fase de grupos da Champions e Europa League sendo realizada com portões fechados na maioria dos países. Caso a situação fuja de controle, as competições poderão repetir o que aconteceu há três meses e sofrerem consequências.
“É preciso avaliar a situação de cada país. Se o espaço aéreo francês for fechado, o que ainda não aconteceu, evidentemente isso terá um impacto nas competições. Poderá haver cancelamento e adiamento de jogos ou remarcar essas partidas para um campo neutro. Há uma resistência muito grande de todos os governos de decretar um lockdown total e absoluto como aconteceu na primeira onda da Covid-19. Ainda é muito cedo estimar o que vai acontecer”, avalia o advogado especialista em direito desportivo e colunista do Lei em Campo Maurício Corrêa da Veiga.
Na última quarta-feira (28), o presidente francês, Emmanuel Macron, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, anunciaram um lockdown parcial, restringido a circulação da população apenas para atividades profissionais essenciais. As viagens regionais na França também foram proibidas.
“A segunda onda será sem dúvidas mais dura e mortal do que a primeira”, disse Macron em pronunciamento oficial.
“É preciso saber mais detalhes das medidas adotadas para esse plano do lockdown parcial. O espaço aéreo europeu continua aberto entre países da União Europeia, não afetando as competições como a Champions e Europa League”, disse o advogado especialista em direito esportivo na França Brice Beaumont.
“Ainda não se sabe o que vai acontecer com as competições europeias. É preciso esperar, ter mais detalhes e ver como a situação estará nos próximos dias”, disse o advogado especialista em direito desportivo na Itália Lúcio Maffei.
A Federação Francesa de Futebol anunciou nesta quinta-feira (29) que uma série de copas (incluindo a Copa da França), e campeonatos amadores serão paralisados por conta da pandemia de Covid-19 até dezembro. A Ligue 1, principal campeonato nacional do país, foi mantido.
Na Alemanha, Itália e França o público havia sido liberado parcialmente nos estádios para a temporada 2020/21. Com a explosão de casos nos países, novamente os governos voltaram com a proibição em eventos esportivos, sendo todos realizados com os portões fechados por tempo indeterminado.
“Os ministros de cada país da UE fizeram uma reunião na quarta-feira sobre as diferentes medidas a serem decretadas em comum. A resposta tem que ser europeia, inclusive no esporte”, afirma Beaumont.
“Por enquanto sem prejuízo e reflexo. A orientação dos chefes de estados aqui da Europa é não fazer o lockdown total. Isso impactaria não somente as finanças locais, mas até mesmo os auxílios que a União Europeia concede. Vão ter medidas restritivas sim, porém fechar tudo não”, completa Maurício Corrêa da Veiga.
A Uefa, responsável por organizar o futebol europeu, já confirmou que reduzirá a premiação da Champions e Europa League durante os próximos cinco anos, com um corte de 4% nos direitos de TV. O principal motivo para essa decisão foi impacto financeiro causado pela pandemia nas finanças. A entidade calcula que 514 milhões de libras (R$ 3,7 bilhões na cotação atual) foram perdidos por causa da redução das receitas de TV, patrocínios e bilheteria com a paralisação das competições.
Crédito imagem: Sascha Schuermann/AFP
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