Até quando? Esse é o título de uma das músicas mais sensacionais de Gabriel O Pensador. O título tem muito a ver com o sentimento de milhares de pessoas aqui na Inglaterra depois de mais uma demonstração lamentável de um grupo pequeno de torcedores do Chelsea Football Club.
Com se já não bastassem (i) os cantos racistas direcionados a Raheem Sterling, jogador do Manchester City, há poucas semanas (vejam minha coluna do dia 13 de dezembro de 2018); (ii) os cantos antissemíticos durante um jogo da Liga Europa na Hungria cinco dias depois do incidente (i) acima; e (iii) os cantos discriminatórios durante a partida contra o Watford, no dia 26 de dezembro de 2018, surgem agora alegações de que, no dia 22 de dezembro de 2018, um grupo de cerca de 20 torcedores do Chelsea assediou várias mulheres a bordo de um trem depois da derrota por 1 a 0 para o Leicester.
Segundo publicações inglesas, esse grupo estava no trem das 18h22 de London Paddington para Worcester quando começou a baderna. As alegações são de que eles cantaram coros discriminatórios na frente de famílias com crianças e assediaram várias mulheres. Essas informações foram divulgadas pela British Transport Police, que ainda investiga o caso, mas já fez um apelo público a testemunhas e outras vítimas em potencial para prestarem informações ou notificações de tais crimes.
Será que é tão difícil assim nos comportarmos de forma educada quando em grupo? Será que o fato de serem torcedores de um clube de futebol torna um comportamento adequado (que não interfira com os direitos de outros) mais difícil? Ou será que as duas situações acima são apenas uma desculpa (ou até mesmo catalisador) para dar vazão aos instintos criminosos de tais indivíduos (que potencialmente também são pais e/ou esposos, mas com certeza filhos)?
De qualquer forma, fica aqui a minha indignação: até quando temos de suportar esse tipo de situação que acontece nos quatro cantos do mundo?
Agora sobra para o Chelsea lidar com a publicidade negativa envolvendo seu nome e sua marca. E o mais importante: sobra para as vítimas lidarem com seus traumas em decorrência de mais um episódio lamentável fora das quatro linhas.
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Foto: Daily Star.