O Ministério Público de São Paulo (MPSP) abriu um inquérito para investigar os casos de discriminação racial em jogos de futebol. Os promotores do órgão deram um prazo de 30 dias para que a Federação Paulista de Futebol (FPF) e as Secretarias de Estado de Justiça e Cidadania e de Esporte, Lazer e Juventude esclareçam, por exemplo, se há discussão em andamento sobre estratégias que serão tomadas para combater a intolerância e discriminação nas partidas.
O órgão solicitou à Secretaria de Estado da Segurança Pública informações sobre possível procedimento operacional padrão específico para atuação da Polícia Militar em casos de discriminação, racismo e LGBTfobia nos estádios. Os promotores querem saber também se existe controle da quantidade de crimes de ódio/discriminação contra grupos vulneráveis durante os jogos de futebol no Estado de São Paulo.
Em relação ao STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), os membros do MPSP solicitaram dados envolvendo apurações e punições aplicadas em virtude de condutas discriminatórias nos últimos três anos.
O documento é de autoria dos promotores de Justiça Bruno Orsini Simonetti (Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância), Anna Trotta Yaryd (Direitos Humanos), Celeste Leite dos Santos e Roberto Bacal (ambos do Juizado Especial Criminal).
A abertura do inquérito acontece um dia depois do Seminário de Combate ao Racismo e à Violência no Futebol realizado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol), no Rio de Janeiro. Um relatório produzido pelo Observatório de Discriminação Racial foi divulgado no evento e apontou um crescimento nos casos de racismo, machismo, homofobia e xenofobia no esporte em 2021. Somente no futebol, os casos deste ano, até o momento, já igualaram os do ano passado, com 64 registros.
Crédito imagem: Drone do Dia/Instagram
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