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Mulheres, teremos uma nova era no futebol… Então sigam com a Pia!

“Nas palmas de tuas mãos leio as linhas da minha vida”¹

A seleção brasileira de futebol tem uma nova treinadora em busca de uma nova era. A técnica sueca Pia Sundhage, bicampeã olímpica, anunciou em sua primeira convocação a lista de 23 jogadoras para os próximos amistosos, nos dias 29 de agosto e 1º de setembro, no Torneio Uber Internacional de Futebol Feminino de Seleções. Pia chegou à seleção trazendo a esperança de uma renovação no modelo de gestão do futebol feminino e, por isso, convocou… Apenas quatro nomes novos!

Faz sentindo ou há contradição na proposta e no ato da treinadora?

A sueca justificou suas decisões e mandou um recado a todas as jogadoras brasileiras:

“Se você tem muita paixão, joga bem, será convocada. Eu preciso de mais tempo para me acostumar com o nível, entender os detalhes de cada uma das jogadoras do Brasil. Temos atletas na Europa, na Noruega, nos Estados Unidos. Seria um erro se eu só escolhesse as mais jovens, só porque precisamos de muitas mudanças. Seria uma mudança brusca demais. Vamos aos poucos!”²

A meta principal neste momento são os Jogos Olímpicos Tóquio 2020, o que fundamenta a decisão de manter a estrutura que já está formada. Neste momento, mesclar juventude e experiência para obter o melhor desempenho é a melhor saída. Acreditamos que a escolha é louvável!

No Brasil, o comum é que uma renovação ou mudança seja feita sem aproveitar o trabalho anterior, mesmo que tenha valor. Infelizmente esta prática não é restrita ao futebol. Na política e em outros setores, esta lógica irracional é a que prevalece. Marta, o maior símbolo do futebol feminino mundial, será o pilar dessa reestruturação, além de Formiga e Cristiane. A técnica explicou o motivo de contar com a jogadora:

“Vou à Flórida para assistir aos treinos e jogos do Orlando Pride, conversar com o treinador Marc Skinner e com a Marta, pois ela é fundamental. Não foi eleita a melhor do mundo tantas vezes [seis] por acaso. Vamos cuidar para estar em grande fase nas Olimpíadas de Tóquio. Ela tem o coração vencedor e faz parte dos nossos planos nesse trabalho com a Seleção Brasileira.”³

Interessante é observar que a proposta de Pia é ainda trabalhar de modo integrado com a base, o que inexplicavelmente não acontecia até hoje. Pia deixou clara a intenção de fazer com que a formação de novas atletas melhore no Brasil.

Assim, com base na sabedoria da poetisa Cora Coralina, indicamos que o futuro glorioso do futebol feminino, bem como o da sueca, está nas mãos das mulheres brasileiras e que devemos apoiar a renovação da seleção de futebol feminino sem esquecer o que já temos de bom. Em suma, sigam com a Pia!

“Quando as coisas ficam ruins, é sinal de que as coisas boas estão por perto…”⁴

1 e 4 – Cora Coralina

2 e 3 – www.cbf.com

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