Os jogadores do Reus, da segunda divisão espanhola, fizeram uso do acordo coletivo e pediram a rescisão de contrato de todo o elenco. Eles estão com três meses de salário atrasado. EM comunicado, eles alegaram que a situação é “insutentável”.
“É uma atitude inusitada na medida em que a gente pensa no clube como bem social”, avalia Luiz Marcondes, mestre em direito esportivo. “Mas os atletas têm o direito de receber. A Fifa inclusive, na última alteração no regulamento no status de transferência, diminuiu a necessidade três para dois meses. A partir de dois meses o atleta já pode pedir a rescisão. E aí tem que dar ao clube quinze dias a oportunidade de o clube quitar os salários atrasados. Em tese, o atleta conseguiria a liberação em dois meses e meio. Se for feito o pedido em dois meses. Isso segundo a Fifa”, continuou.
O Reus, time de uma cidade na Catalunha, já havia pedido para que a partida contra o Córdoba, no sábado, dia 15, fosse adiada. Mas a Real Federação Espanhola de Futebol negou, alegando que não há motivos para a suspensão do jogo.
Agora o clube, que em campo luta para não ser rebaixado, vive a incerteza de poder desaparecer na próxima semana. O presidente do Reus garante que tem um investidor estrangeiro disposto a injetar dinheiro e solucionar o problema do clube, que tem uma dívida de 5 milhões de euros com o elenco.
“O clube acabar não seria por conta da rescisão dos atletas. O clube não ter atletas para disputar uma competição é diferente de o clube acabar. É claro que é uma consequência. Se todos os atletas rescindirem ao mesmo tempo e as inscrições já tiverem se encerrado, o clube não conseguiria inscrever novos jogadores e, naturalmente, o clube seria rebaixado. Mas a extinção do clube seria por questões financeiras e não por conta dos jogadores”, finalizou Marcondes.