Apesar de grande pressão de federações e organizações para a expulsão do Irã de competições esportivas por conta da execução do lutador Navid Afkari, é pouco provável que algo aconteça.
Em entrevista ao The Sydney Morning Herald, o vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), John Coates, afirmou que a entidade teria dificuldades para a exclusão do país em competições esportivas. No entanto, revelou que Thomas Bach, presidente do COI, levará o assunto para a reunião do Conselho Executivo em outubro.
“A dificuldade para nós é que essa execução não teve relação com esporte. Ele foi certamente um grande atleta. E a outra dificuldade, é claro, é que provavelmente 50 dos Comitês Olímpicos Nacionais vêm de territórios que ainda têm pena de morte. Temos recebido dois lados da história para saber se ele teve uma chance justa ou não”, disse o vice-presidente.
Coates disse que o COI já puniu o Irã, porém, todas foram por motivos esportivos, diferentemente desse caso.
“Tivemos dificuldades com os iranianos antes em eles não participarem ou se retirarem da competição. Eles não participaram contra Israel e nós os suspendemos por causa dessas violações esportivas antes. Mas esta é uma situação diferente. Este é alguém que foi acusado de homicídio. Há diferentes versões sobre o que aconteceu e diferentes versões sobre se ele teve ou não um julgamento justo”, concluiu o dirigente.
A Global Athlete (movimento internacional dos atletas) pediu ao Comitê Olímpico Internacional (COI) e a Federação Mundial de Wrestling (UWW) que expulsem o Irã de seus esportes após a execução do lutador iraniano Navid Afkari no sábado (11).
O pedido feito na conta oficial da Global Athlete no Twitter, endossou o apelo da World Players Association (WPA), associação que representa mais de 85 mil atletas, para a expulsão do Irã em todos os esportes caso o lutador fosse executado.
“Descanse em paz, Navid Afkari. Pedimos solidariedade aos atletas para exigir que o Comitê Olímpico Internacional e a UWW implementem imediatamente as sanções que expulsem o Irã do esporte mundial por esta execução hedionda”, disse a Global Athlete em sua publicação.
O lutador, de 27 anos, foi preso em agosto de 2018 juntamente de seus irmãos, sendo condenado a duas penas de morte por formar um grupo para atuar contra o regime do governo, esfaquear o segurança Hassan Torkaman e participar ativamente de protestos em Shiraz e Kazerun. A única testemunha do caso, um comerciante que estava a quilômetros do local do crime, só teria dito que Navid se parece com o suspeito do assassinato.
Os protestos foram motivados pela forte desvalorização da moeda local, o Rial, o que gerou uma forte onda de revolta e manifestações pelo país.
Navid foi condenado a duas penas de morte, seis meses de prisão e 74 chibatadas. Enquanto seus irmãos, Vahid e Habib, receberam 54 e 27 anos de prisão respectivamente, além de 74 chibatadas.
Crédito imagem: Divulgação
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