Não importa o tipo de esporte, o requinte dos torcedores (ou a falta dele) ou a plataforma. Ofensa é ofensa. Assim, quando a dupla de comediantes japonesa “A Masso” brincou com o fato de que a conterrânea tenista Naomi Osaka precisava “desencardir” (com uma alusão ao uso de água sanitária), não caiu bem. Na verdade, caiu muito mal.
De origem japonesa e haitiana, Naomi Osaka, de 21 anos, venceu o Australian Open deste ano (o segundo Grand Slam de sua carreira) e atualmente ocupa a quarta posição no ranking da Women’s Tennis Association. A brincadeira sem graça aconteceu durante uma aparição ao vivo (uma “live”) da dupla feminina de comediantes no domingo, mesmo dia em que Osaka venceu o Pan Pacific Open em Tóquio. Como se não bastasse, a dupla também brincou que ela estava “bronzeada demais”.
A dupla pediu desculpas, por meio de sua empresa-empresário, mas nem sequer mencionou o nome da tenista. Em vez disso, referiram-se à “pessoa específica” e ao “desconforto” causado pelos comentários. No website da empresa-empresário, Watanabe Entertainment Co Ltd., o pedido de desculpas também não menciona o nome de Osaka, apesar de afirmar que a dupla fora advertida da severidade do tema.
Esta não é a primeira vez que Osaka é alvo de comentários dessa natureza. Em janeiro, uma empresa japonesa de macarrão produziu uma campanha publicitária em que Osaka aparecia como uma personagem de desenho (mangá) com a tonalidade de pele muito mais clara. Após reclamações, a empresa tirou de circulação a campanha e afirmou que prestaria mais atenção ao respeito pela diversidade de suas campanhas publicitárias.
Também não é a primeira vez no tênis. As irmãs Venus e Serena Williams já se depararam com comentários racistas no decorrer de suas carreiras. Como dissemos acima, não importa o tipo de esporte, a falta de requinte dos torcedores ou a plataforma. Ofensa é ofensa.
