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Nova regra do jogo

Por André Galdeano e Roberta Fernandes

No princípio dos anos 80 em que a televisão passou a ter importante papel para o desenvolvimento do profissionalismo no esporte, o futebol deixou de ser apenas um jogo e se transformou em negócio.

Consequentemente, surgiram novas fontes de receita como patrocinadores; fornecedores de material esportivo passaram a ter suas marcas divulgadas nos aparelhos de televisão elevando consideravelmente as cifras e tornando os contratos cada vez mais complexos.

Desta forma, surge espaço para que profissionais do esporte, fora das quatro linhas, passassem a ter papel fundamental na indústria do futebol.

Os clubes centenários passaram a rever seus organogramas e incluir profissionais das mais diversas áreas de atuação para gerir esta estrutura.

Infelizmente, apesar do crescimento de receita, muitos desses clubes elevaram as despesas, pois a possibilidade de um rebaixamento levava os dirigentes a contratar reforços que fugiam ao orçamento estipulado.

Outros dirigentes, com intuito de manter seu poder nos clubes, contratavam verdadeiros esquadrões para que fossem campeões a qualquer custo. E a despesa não acompanhava a receita, de modo que as dívidas viravam verdadeiras bolas de neve.

O Poder Público sempre tentou evitar a quebra do futebol com diversos programas de refinanciamento de dívidas como a Timemania e outros.

O mais recente auxílio, datado de 2015 e conhecido pelo nome de Profut, passou a incluir importantes sementes para sedimentar o profissionalismo através da inclusão de governança corporativa nos clubes. A partir daí, pacificou-se o entendimento de que não adiantaria apenas prolongar o pagamento das dívidas se os clubes não instituíssem modelos confiáveis em suas estruturas.

Em 2016, o Coritiba largou na frente lançando seu Manual de Conduta “Coxa Branca” que apesar de ser novidade no meio futebolístico já era usual no meio corporativo em geral.

Governança, Conformidade, ESG (governança social e ambiental sustentável) passaram a ser fundamentais em todas as entidades esportivas, independente de seu nível na política piramidal do esporte.

Como bem diz Andrei Kampff, o que difere um clube e uma franquia de loja de chocolates é a paixão do esporte, pois se ambos não forem geridas adequadamente, com equilíbrio e transparência, quebram exatamente da mesma forma.

Em 2020 a FIFA lançou a primeira edição do FIFA Compliance Handbook e nos próximos dias 26 e 27 de setembro, na Costa Rica, organizará evento para discutir governança e as boas práticas de gestão.

Essas boas mudanças vieram para ficar e o profissionalismo no esporte é um caminho sem volta. Vamos em frente!

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