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O Corinthians antes e depois da Covid-19 – problemas do Timão só aumentam

Já com R$ 665 milhões em dívidas, a atual gestão do Corinthians não conseguiu, com as reduções salarias de 25% dos atletas e 70% dos demais colaboradores do clube, passar pela crise causada pela Covid. Agora, precisará se socorrer dos valores da venda de Pedrinho, uma ajuda de aproximadamente R$ 120 milhões.

O problema dessa situação é que o clube, já em uma situação bastante crítica, está antecipando esses valores que receberá do Benfica. Isso será possível graças a negociação do clube vem fazendo com instituição financeira que aceitou emprestar a juros mais atrativos.

Entretanto, não bastasse o clube pagar juros para antecipar os recursos, ele está pegando mais do que os créditos que lhe são devidos, isso porque 30% da venda do atleta ao clube português é do agente de jogador, que aceitou em só receber esse valor em 2021.

A situação do clube mais popular de São Paulo está muitíssimo complicada. Com receitas importantes de bilheteria e patrocínios sendo suspensas, ou drasticamente reduzidos, esses recursos antecipados servirão principalmente para pagar dívidas fiscais e salários atrasados.

Nessa situação, a briga política acaba ficando ainda mais tensa. Em ano de eleições, a administração que assumirá pegará o clube com mais de meio bilhão em dívidas, e sem mais essa receita para entrar.

Já deveríamos estar acostumados com administrações que pegam clubes em situações difíceis, e acabam, em seu mandato, focando apenas em negociar dívidas e pagar contas da gestão anterior, ou, gestões que herdam um clube organizado e só acabam gastando mais do que deveria. Mas a lógica tem mudado.

Na contramão do Corinthians, estamos vendo bons resultados que começaram fora de campo e estão tendo sucesso também dentro das quatro linhas, derrubando com aquele discurso de que gestão profissional e séria não ganha campeonato. Flamengo, Grêmio, Athlético PR, Ceará e Bahia, por exemplo, estão mostrando que bons resultados, dentro e fora de campo, são colhidos com muito planejamento e estratégia.

Com origem militar, estratégia é uma forma de liderar, comandar uma tropa na direção dos seus objetivos, sempre focando no resultado da operação. Com isso, planejar a estratégia é desenhar os passos a serem tomados para que o objetivo seja alcançado, para que a estratégia seja de sucesso.

Na gestão o planejamento estratégico tem o mesmo objetivo, desenhar quais são os objetivos da instituição de médio e longo prazo e, através desse planejamento, tomar atitudes certeiras para que cada passo que seja dado pela administração seja no sentido de alcançar o seu objetivo.

Os planejamentos estratégicos de um clube podem ser vários, sejam eles quitar débitos trabalhistas, fiscais, legais como também internacionalizar a marca do clube, construir um estádio, um centro de treinamento, ganhar uma competição internacional, etc.

O grande problema que vimos no futebol brasileiro é a falta de continuidade. O clube que está conseguindo se reestruturar e colocar as contas em dia, mas não está com um time muito vitorioso já começa a sofrer pressão e, provavelmente não conseguiria uma reeleição para manter a estratégia.

Ou, um que ganha jogos, encanta a torcida, mas que, internamente, sofre com corrupção, salários atrasados, dívidas crescentes, etc., pode se manter mais tempo nessa política destrutiva.

Certamente quando o problema estourar, a pressão será contraria, e o foco da instituição passará, de uma hora para a outra, em melhorar as contas e a reputação da instituição.

Definir um planejamento estratégico não é tarefa simples. Desenhar o futuro de um clube e seguir, mesmo com pressões contrarias, oposições políticas, mídia, não é para qualquer um. Mas os bons exemplos que vêm surgindo no Brasil estão se tornando inspiração para que as gestões profissionais e mais sérias, surjam cada vez mais no país do futebol.

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