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O juntos e o shallow now do esporte norte-americano

Por Roberto de Palma Barracco

Em Nashville/TN, Kyler Murray é o primeiro escolhido no draft da NFL e vira jogador do Arizona Cardinals. Kawhi Leonard já pode virar free agent em 2021 depois de assinar com o LA Clippers. NHL e NHLPA entram em acordo por 10 anos. Três notícias, três histórias, três pontes que ficam entre o direito e o esporte.

O esporte vai além das linhas na grama. Esse esporte aparece como direito nessas histórias como alguma coisa que dá o contorno desse nosso esporte fora da quadra. É aí nessas pontes que o direito do esporte aparece aqui no nosso futebol, ali no cricket indiano e lá nos esportes dos Estados Unidos.

E o mercado de transferência não é exceção dessa regra. Né?

A minha ideia aqui de hoje é conversar um pouco mais sobre o que a gente acha entre o direito e o esporte quando a gente pensa lá nos atletas nas ligas do Tio Sam: a MLS, a MLB… bom e até a MLL – isso mesmo, a Major League Lacrosse!

Fonte: Major League Lacrosse

É bem aí que a gente acha três das chaves para abrir essa porta para entender as ligas norte-americanas, e são essas três chaves que a gente vai começar a dar uma olhada hoje: vamos começar pelo draft system, depois vamos para a free agent rule e daí vamos chegar no tal do CBA. Três pontes que ficam entre o direito e o esporte.

Bora lá?

Tá, e esse tal do draft? A gente precisa escolher jogadores para o nosso time. Na hora de escolher quem vai jogar com a gente, a gente precisa escolher um jeito de como a gente escolhe. E foi desse jeito que surgiu o draft system. É a regra que as ligas norte-americanas usam para escolher quem vai jogar em qual time – criando aquele tal do monopsônio (mais sobre isso um dia, juro).

Imagina que a gente tá jogando queimada (sem Major League aí… acho). Imagina que na hora de escolher os amiguinhos, a gente tinha que tentar ser o mais justo possível com cada um dos times. Imagina que o jeito que a gente escolheu para fazer isso era um “eu escolho primeiro, depois você e depois ele”. Pois é, isso é o draft system.

Tranquilo, né? Okay, brincadeira de lado nessa super simplificação, o draft é quase isso. No mapa das próximas colunas, esse é o próximo da lista que vamos ver com calma. Por enquanto fica a regra geral: é como a gente escolhe quem joga com a gente.

Beleza… só que me conta mais daquela pessoa que a gente queria aqui e não rolou. Passou um sábado, dois sábados, três sábados… aquele nosso time da pelada continua o mesmo. Já deu, né? Não aguento mais olhar na cara daquele meu goleiro que só sabe reclamar quando eu deixo a chuteira em casa e venho jogar descalço #sóporque. Quero trocar de time!

Isso no esporte profissional vira uma questão de liberdade de trabalho e cria o que a gente conhece por “mercado de transferência” que nada mais é do que um “mercado de trabalho”… só que bem específico – e talvez bem louco, ainda mais no esporte norte-americano.

Lá o tal o passe (ou reserve system) ainda fica no banho maria. Lá a gente acha umas regras bem específicas quando o jogador quer sair do nosso time e ir para outro. Lá importa e muito se um jogador é free agent. E o que é isso? É o que a gente vai ver em duas colunas! O spoiler aqui é como aquela música… isso mesmo: “Bella, ciao”.

Ah! Mas tudo isso fica na lei… né? Bom, ligas norte-americanas. A primeira pergunta é “o que é norte-americana?”. Isso, geografia fala que é Estados Unidos e Canadá. E a geografia jurídica? Ahá, pegadinha! Só nos Estados Unidos a gente já vai ter uma lei de cada estado e a lei federal – que pode até mandar menos que a lei de cada estado, diferente daqui (como regra geral).

E, #comofaz? Pois, imagina que você é a pessoa responsável por uma dessas Major League. Imagina que você é o/a/s Commissioner da National Women’s Soccer League (NWSL). Imagina que você quer ter certeza de que cada time vai ter pelo menos aquela baita jogadora vinda de fora. Rola escrever a regra, falar “eu que fiz” e depois soltar aquele e-mail com um “eu que mando, e f#-se”?

É… #sqn. Aí que aparece o que eles conhecem por lá como CBA ou Collective Bargaining Agreement. É aí que a gente acha o que vale e o que não vale nesse mercado de trabalho do esporte profissional lá nos EUA – e é o nosso terceiro ponto de parada aqui das colunas.

Gente, é isso! Fico por aqui, e nos vemos logo mais para continuar essa conversa. Bom, fica meu convite para mandarem sugestões, perguntas e por aí vai aqui no meu Twitter e aqui no meu LinkedIn – juro que nesses dois eu respondo. Ah, Instagram ainda não chegou em mim – tem só o da lojinha, serve?

Espero que tenham gostado dessa nossa primeira conversa, até mais!

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