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O negócio do futebol como forma de reabilitação de criminosos

E se a indústria do futebol se unisse para auxiliar a sociedade de alguma forma? Que o futebol tira muita gente da pobreza e traz para o mundo do glamour (mesmo que temporário), não temos dúvida. Mas e se a influência de que o esporte mais popular do mundo goza fosse utilizada para o bem comum?

Utopia ou não, é o que o Twinning Project visa na Inglaterra. Com o desafio de auxiliar a reabilitação de criminosos com o oferecimento de alternativas para conseguirem emprego depois de cumprirem suas penas, esse projeto conseguiu que 32 clubes ingleses comprassem a ideia, que é patrocinada pela Football Association, Premier League, English Football League e Her Majesty’s Prison & Probation Service.

Na Inglaterra, estatísticas mostram que, entre adultos, 63% cometem novos crimes em até 12 meses após serem soltos. E 83% saem da prisão sem emprego. Portanto, a correlação entre emprego e reincidência nos parece clara.

Esse projeto, idealizado por David Dein, ex-vice-presidente do Arsenal Football Club, conta também com o endosso de Arsene Wenger, técnico do clube entre 1996 e 2018, e tem como premissa oferecer cursos de técnico e árbitro de futebol para presidiários. Dein acredita que, se o projeto conseguir reabilitar pelo menos 20 presidiários, contribuirá para a economia de £ 700 mil dos cofres públicos.

Os primeiros cursos, previstos para o segundo semestre, terão um período de 12 semanas de duração.

Esse projeto, no mínimo, traz para o conforto dos nossos lares o debate sobre a população carcerária e formas de reabilitação dos presidiários. Segundo o censo oficial divulgado pelo governo britânico, até dezembro de 2018, a população carcerária do Reino Unido (composto pela ilha da Grã-Bretanha – ou seja, Inglaterra, Escócia e País de Gales – e pela Irlanda do Norte) ultrapassa 82 mil pessoas.

Tema polêmico e de difícil solução em todo e qualquer país do mundo, a reintegração de presidiários à sociedade não é obrigação de clubes de futebol. Ou será que é, tendo em vista serem parte da coletividade e/ou devido à influência que esse esporte tem?

De qualquer forma, a proposta do Twinning Project é louvável por qualquer ângulo de análise, porque provoca o debate sobre um tema de suma importância, com o potencial de inspirar gerações de novos futebolistas, dirigentes, torcedores e empresários (não só do mundo da bola), bem como outras organizações do esporte, a voltarem suas atenções a um tipo de caridade pouquíssimo visado: a da recuperação de adultos.

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