Quando se fala de futebol a primeira coisa que permeia o imaginário é a comemoração de um gol e a vibração do torcedor aficionado. O torcedor é a alma do espetáculo e a sua paixão atravessa lugares e gerações, criando culturas e regras que devem se amoldar com o desenvolvimento da sociedade. Fato é que o torcedor e sua paixão são um dos pilares do futebol. Essa paixão é, também, o que movimenta o produto futebol, e faz com que esse seja um produto com alcance mercadológico, transformando uma partida em um espetáculo, e o futebol em uma indústria que movimenta grandes cifras.
Mas como dito, paixão é um dos pilares, e para que essa paixão seja exercida em sua plenitude é necessário que sejam respeitados os limites da convivência e a função social da prática da atividade do futebol.
Em suma, o futebol é uma atividade econômica, que tem atuação em diversos direitos fundamentais, sendo um catalizador de oportunidades e efetivação de direitos.
Quando se fala do torcedor estamos de frente à um apaixonado, alguém que compra muito mais que a ideia do torcer, mas também adquiri produtos, consome notícias, dentre outros bens materiais e imateriais. Esse mesmo torcedor comete excessos, agressões, ofensas que não são aceitáveis, violam a lei e desrespeitam todas as regras sociais de convivência.
Nos últimos dias tivemos, infelizmente, de frente, mais uma vez, com cenas de agressão e violência entre torcedores, e o pior, se é possível que algo seja pior, agressões de torcedores à jogadores. As ocorrências lamentáveis foram vistas no clássico grenal e junto à delegação do Bahia, ambas a caminho e próximos a arena esportiva. Igualmente, foram propiciadas cenas de agressões e ameaças de torcedores do Fluminense à delegação quando o clube foi eliminado da libertadores.
Tais cenas viraram rotinas tristes, que maculam a imagem do desporto, e o pior, maculam a identidade do clube ao qual essa torcida está vinculada. Essa rotina, esses episódios de agressão, e essas maculas desvalorizam o clube, depreciando seu valor de mercado.
Veja, o clube de futebol ou uma sociedade empresária esportiva demora anos para consolidar sua identidade visual, seu posicionamento de marca, bem como criar um público que se sente seguro em assistir o espetáculo esportivo, porém com os movimentos agressivos e ilegais de alguns pseudo torcedores esses valores são perdidos, e consequentemente a avaliação mercadológica acaba sendo desvalorizada, diminuindo investimentos que podem e deveriam ser utilizados para a prática da atividade empresarial do futebol.
Evidente que aos torcedores deve ser garantido o direito a livre manifestação, contudo não se pode confundir esse direito de manifestação com graves violações as leis e as regras de boa convivência, os quais são fundamentais para o torcedor possa efetivar seu direito de torcer. Em suma aos torcedores se espera uma conduta correta tal como se estivesse fora de um estádio.
Dessa forma, o posicionamento dos torcedores, quando violador de leis deve ser combatido de maneira veemente não só em razão de uma boa convivência social, mas também para garantir que o produto futebol e a indústria do entretenimento, que diga-se o torcedor faz parte, não seja desvalorizado, e possa ter um retorno financeiro cada vez maior.
Crédito imagem: Reprodução
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