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Olimpíadas de Tóquio poderão ser adiadas novamente se houver uma mutação mais forte do novo coronavírus, afirma assessor do Japão

“As Olimpíadas de Tóquio poderão ser adiadas novamente se o novo coronavírus se transformar em um patógeno mais forte”, disse Kiyoshi Kurokawa, médico e um importante assessor do governo japonês em entrevista para a Reuters.

Atualmente, Kurokawa é responsável por assessorar o governo japonês sobre a pandemia de coronavírus. O país está passando por um grande pico de infecções diárias, principalmente em Tóquio, responsável por mais de um terço dos mais de 23 mil casos do Japão. O aumento de casos provocou uma onda de reações contrárias a uma campanha para promover o turismo no país.

“Um aumento recente de casos em Tóquio se deve ao não cumprimento das recomendações para evitar o contágio”, afirmou Kurokawa.

“Acho que o vírus está sofrendo mutações o tempo todo, pode ser um vírus muito mais forte que desencadeia uma segunda onda e isso pode afetar a realização dos jogos olímpicos, mas não posso prever se isso realmente irá acontecer”.

O governador de Tóquio, Yuriko Koike, afirmou publicamente que os jogos deveriam ser mantidos para o próximo ano, dessa forma, se tornaria um símbolo de superação ao coronavírus pelos japoneses e pela humanidade.

“Acho que uma das preocupações dessa pandemia é como evitar a disseminação dessa infecção. O outro lado desta questão é como promover a economia. Muitas pessoas estão perdendo o emprego”, afirmou Kurokawa.

No mês passado, Kurokawa foi nomeado para chefiar um novo painel para examinar como usar a inteligência artificial no combate da propagação do vírus. O país vive um conflito entre especialistas de saúde e políticos, o médico afirmou que independentemente do que os especialistas recomendassem com base na ciência, os líderes políticos tinham que fazer a chamada final da política.

“As recomendações da comunidade científica precisam ser baseadas em fatos e recomendações científicas, mas os políticos precisam tomar decisões. Os cientistas dão conselhos, mas a tomada de decisões não é dos cientistas”, concluiu ele.

Crédito imagem: AFP

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