Nesta quarta-feira (26), a Polícia Federal deflagrou a Operação Jogo Limpo para apurar possível manipulação de resultado na partida entre Inter de Limeira e Patrocinense, válida pelo grupo A7 da Série D do Campeonato Brasileiro. Em nota oficial, o clube mineiro afirmou que nenhum profissional atual da instituição possui envolvimento no processo.
Na nota oficial, a Patrocinense informou que atendeu a todas as demandas solicitadas pelos agentes da PF, no intuito de contribuir com as investigações. Contudo, reforçou que nenhum integrante da atual diretoria, da comissão técnica e atleta que pertence ao atual elenco possui qualquer envolvimento com a suposta manipulação.
Também em nota, a Inter de Limeira afirmou que “está ciente das investigações relacionadas à partida” e se colocou à disposição das autoridades.
Operação Jogo Limpo
Policiais federais cumpriram 11 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça do Estado de São Paulo, nas cidades de Patrocínio (MG), São José do Rio Preto (SP), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Tanguá (RJ) e Nova Friburgo (RJ). São alvos da operação integrantes e ex-integrantes do Patrocinense.
De acordo com a PF, a partida sob suspeita de manipulação foi realizada no interior de São Paulo e as investigações começaram a partir de através de ofício da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A entidade enviou um relatório da empresa Sportradar, que reportou uma movimentação das casas de apostas que indicou que os apostadores detinham conhecimento prévio de que a equipe visitante (Patrocinense) da partida perderia o primeiro tempo da partida por ao menos dois gols.
Segundo a empresa, 99% da tentativa da rotatividade no mercado de “totais de gols do primeiro tempo” nesta partida foi para este resultado. Durante a partida, a equipe visitante sofreu três gols ainda no primeiro tempo, sendo um deles contra.
Ainda de acordo com a investigação, uma empresa que agencia jogadores teria firmado parceria com um dos clubes e vários atletas agenciados por ela foram contratados. A investigação apura a influência destes jogadores no resultado da partida.
“Trata-se, em tese, dos crimes contra a incerteza do resultado esportivo, que encontram as condutas tipificadas na Lei Geral do Esporte, com penas de dois a seis anos de reclusão”, diz a nota publicada pela PF.
Confira a íntegra do comunicado da Patrocinense
“O CLUBE ATLÉTICO PATROCINENSE INFORMA QUE NA MANHÃ DESTA QUARTA-FEIRA RECEBEU UMA DILIGÊNCIA DA POLÍCIA FEDERAL NA SEDE DO CLUBE, COM O OBJETIVO DE CUMPRIR DOIS MANDADOS DE BUSCA E APREENSÃO CRIMINAL – OUTRAS FRAUDES, EXPEDIDOS PELO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO VIA COMARCA DE LIMEIRA, TENDO COMO OBJETO PRINCIPAL DA INVESTIGAÇÃO A PARTIDA VÁLIDA PELO CAMPEONATO BRASILEIRO SERIE D 2024 ENTRE INTER DE LIMEIRA – SP (3) X (0) CLUBE ATLÉTICO PATROCINENSE OCORRIDA NO DIA 01 DE JUNHO DE 2024 POR POSSÍVEL SUSPEITA DE MANIPULAÇÃO DE RESULTADO.
PRONTAMENTE A NOSSA INSTITUIÇÃO ATENDEU A TODAS AS DEMANDAS SOLICITADAS PELOS AGENTES DA POLÍCIA FEDERAL, NO INTUITO DE CONTRIBUIR COM AS INVESTIGAÇÕES.
O CLUBE ATLÉTICO PATROCINENSE INFORMA A TODOS QUE NENHUM INTEGRANTE DA ATUAL DIRETORIA, DA COMISSÃO TÉCNICA ATUAL E NENHUM ATLETA PERTENCENTE AO ATUAL ELENCO DO CLUBE POSSUI QUALQUER ENVOLVIMENTO COM O PROCESSO CITADO ACIMA, TENDO TODOS SEUS VINCULOS PROFISSIONAIS PRESERVADOS JUNTO A NOSSA INSTITUIÇÃO.”
Crédito imagem: PF/Divulgação
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