No último dia 08 de setembro de 2022, a FIFA publicou relatório sobre as transferências internacionais realizadas entre 01 de junho de 2022 e 01 de setembro de 2022, quando normalmente se verifica o período mais intenso das “janelas de transferências” do mercado do futebol. O documento denominado “FIFA’s International Transfer Snapshot / 1 June – 1 September 2022”[1] apresenta as principais estatísticas sobre a atual situação do futebol profissional, tanto no masculino quanto no feminino.
Logo em sua introdução, a FIFA informa que os números indicam a contínua recuperação do futebol profissional em relação aos efeitos da pandemia. Pela primeira vez, desde o início da COVID-19, as transferências internacionais entre os profissionais do futebol masculino cresceram 29,7%, atingindo um novo recorde histórico, ao superar em 6,9% a máxima alcançada em 2019.
Entre 01 de junho de 2022 e 01 de setembro de 2022 foram realizadas 9.717 transferências internacionais envolvendo jogadores profissionais de futebol masculino, sendo que outras 417 ainda estavam pendentes de conclusão por ocasião da publicação do estudo. Como sempre acontece, a maioria das operações concluídas não envolveram qualquer pagamento, entretanto, as 1.684 que envolvem algum valor movimentaram 5 bilhões de dólares, gerando 494,4 milhões de dólares em comissões para os agentes.
Interessante notar que 4.271 transferências internacionais envolveram jogadores entre 18 e 23 anos, enquanto 3.929 tinham atletas entre 24 e 29 anos. As duas faixas de idade atingem, portanto, quase 85% das operações, sendo responsáveis pela movimentação de 4,58 bilhões de dólares.
Enquanto os clubes europeus lideraram o mercado de transferências, tanto na quantidade de operações quanto nas quantias movimentadas, os clubes afiliados à Confederação Sul-Americana de Futebol – CONMEBOL, o que inclui o Brasil, ocuparam a segunda posição em receitas de transferências pela exportação de jogadores, totalizando 341,6 milhões de dólares. Aliás, o Brasil foi a única associação nacional não europeia que apareceu nos quatro rankings das 10 associações nacionais mais bem colocadas em determinados quesitos em torno das transferências internacionais, a saber, receitas, gastos, exportação e importação de jogadores, ratificando a relevância global do nosso futebol.
Entre as mulheres profissionais de futebol, o número de transferências internacionais alcançou o quinto recorde consecutivo desde a sua introdução no Transfer Matching System – TMS. As 684 transferências internacionais de 2022, até 01 de setembro de 2022, já superam em mais de 10% o total de 2021. Por outro lado, os valores envolvidos nessas transferências internacionais caíram pela primeira vez em comparação ao ano anterior, atingindo a marca de 1,2 milhões de dólares.
Da mesma forma que ocorre no futebol masculino, as transferências internacionais de atletas sem contrato ocupam a primeira posição, com 87% do total. As atletas entre 24 e 29 anos foram as mais presentes em transferências internacionais, com 45,6%, seguidas das jogadoras entre 18 e 23 anos, com 43,4%. Justamente entre as atletas localizadas na faixa dos 18 aos 23 anos houve a maior movimentação financeira, com 645 mil dólares.
As associações nacionais europeias receberam 518 e liberaram 496 jogadoras, com movimentação financeira equivalente a 90% de todos os valores transacionados, liderando o mercado do futebol feminino.
As informações divulgadas periodicamente pela FIFA permitem que o mercado do futebol tenha acesso aos números colhidos pelo Transfer Matching System – TMS, os quais devem ser analisados e utilizados como forma de posicionamento de todos os stakeholders deste ecossistema global, que, a despeito de ser bastante atrativo, apresenta muitos desafios e exige bastante planejamento e preparação daqueles que querem o seu espaço.
Até a próxima.
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[1]https://digitalhub.fifa.com/m/5d58d603a7d5dadc/original/International-Transfer-Snapshot-September-2022.pdf acessado em 12/09/2022, às 9:07.