Compliance é um programa que visa organizar, obedecer e aprimorar controles que darão um melhor funcionamento à instituição, tornando o negócio transparente, cumpridor das leis e preocupado em evitar riscos. E esse programa de gestão profissional também se aplica às entidades esportivas.
Um programa de integridade e conformidade, como o que o compliance oferece, infelizmente só passa a ser visto como investimento, e não custo, quando as grandes tragédias acontecem. Como em qualquer outra atividade, riscos fazem parte do negócio, pois não existem negócios sem risco, isso é uma utopia.
Em razão disso, todo programa de compliance deve ser iniciado por uma análise de riscos. Segundo a ISO 31000, “risco é toda incerteza de alcançar um objetivo”. Ou seja, toda e qualquer exposição do clube em sofrer penalidades jurídicas, fiscais, institucionais, perdas materiais ou riscos que atrapalhe ou impeça o seu bom funcionamento é considerado um risco.
Após serem apurados os riscos, sejam eles financeiros, jurídicos, ambientais, reputacionais, regulatórios, éticos, etc., é necessário mensurá-los. Esse processo de mensuração ajudará a identificar quais serão os riscos que demandam maior atenção e, por consequência, terão prioridade no plano de mitigação. Mas como? Simples, classificando-os em uma matriz de probabilidade e impacto.
A probabilidade de ocorrência do risco analisada em conjunto com o impacto que ela poderia causar nos negócios do clube ajudarão os gestores de riscos a traçar a estratégia de mitigação. Elas precisam ser avaliadas em conjunto, pois, mesmo que exista um risco com impactos muito alto ele não necessariamente será uma prioridade, pois a sua probabilidade de ocorrência pode ser baixíssima.
Na gestão de riscos, o processo de avaliação é importante para que não haja falhas em seus controles e, em especial, nas suas ações de mitigação. Por isso, o processo completo de avaliação contempla a fase de identificação e avaliação dos riscos, seguida da mensuração dos riscos, um plano de monitoramento. A partir disso, planos de mitigação e os relatórios de controle para atualização dos controles e início de novo ciclo.
Como já havia dito, não existem negócios sem riscos e, como esperado, ainda que você consiga controlar ou eliminar algum risco, a dinâmica do mercado fará com que sempre existam novas situações que precisarão de atenção. Riscos altos demandam mais atenção do que os riscos mais baixos, logo, a frequência desse monitoramento precisa ser maior.
A gestão de risco é, além de um dos principais pilares de um programa de integridade, um importante passo para que as novas gerações de bons gestores levem a sério o negócio Esporte e usem de todas as variáveis possíveis para controlar e gerenciar os clubes em que trabalham.