Carille, Felipão, Mano Menezes, Cuca, Mancini e outros importantes técnicos brasileiros estão livres no mercado. A modalidade esportiva mais importante do país tem grandes nomes à disposição, mas tem buscado fora do Brasil profissionais para assumirem as grandes equipes.
Depois de uma rodada em que já tivemos demissões de técnicos de futebol em vários estados do país (5ª ou 6ª rodada do ano) a pergunta que não quer calar é: Por que não aproveitar esses grandes técnicos livres ao invés de buscar profissionais de fora?
Jorge Jesus no Flamengo, Jorge Sampaoli saindo do Santos e deixando a vaga com o também estrangeiro Jesualdo Ferreira além de Eduardo Coudet, chegando no Internacional, sem falar na técnica que está no comando da Seleção feminina de Futebol. Os treinadores estrangeiros estão ocupando um espaço que, há poucos anos, era exclusivo dos brasileiros.
O que aconteceu para que, no país do futebol, uma fatia importante desse mercado fosse tomada por comandantes estrangeiros? Paramos no tempo? O futebol moderno não é compatível com o estilo dos nossos técnicos ou está faltando aperfeiçoamento? Supervalorizamos eles?
O sucesso que o atual técnico do Flamengo teve no ano de 2019 tirou muitos técnicos do sério e fez com que uns ficassem apenas reclamando dos muitos confetes dados (merecidamente ao técnico português) e outros fossem atrás de aperfeiçoamento profissional, muitas vezes fora do país.
A CBF, com o intuito de melhorar a profissionalização dos nossos técnicos ( sem entrar no mérito dos valores cobrados), exigiu que no ano de 2019, os técnicos de futebol que não fizessem o curso da CBF Academy, Licença Pro ou Licença A, não poderiam trabalhar frente aos clubes que disputassem o campeonato brasileiro. Hoje, em 2020, a Conmebol estabeleceu que os técnicos que não tiverem essas licenças não poderão estar no banco de reservas nas suas duas principais competições, a Libertadores e a Sul-Americana.
Para os técnicos que já tiraram a licença exigida no Brasil, basta cumprir com uma validação que será feita junto à entidade que administra o nosso futebol continental.
Entretanto, o que também gerou dúvida e, para alguns, ainda gera é se o curso fornecido pela CBF é suficiente para aperfeiçoar e atualizar os nossos técnicos.
O aperfeiçoamento é indispensável para que o profissional esteja sempre atualizado quanto à evolução tática, técnica e tecnológica, para que, em uma situação de mercado você esteja à altura de eventual concorrência.
Muitos técnicos brasileiros que já fizeram muito sucesso, com grandes campanhas ou títulos estão hoje sendo utilizados apenas como opções até que o clube consiga um nome mais “forte” ou que esteja em melhor momento.
Além dos técnicos estrangeiros, no Brasil, surgiu, nos últimos anos uma ótima safra de técnicos que, entre outras coisas, deixaram muito claro que são extremamente estudiosos e, alguns, com estágios em grandes clubes internacionais.
Portanto, o futebol não tem mais espaço para “amadores”. Seja qual for a frente que o profissional que quer trabalhar no mercado esportivo busque o seu espaço, na administração, na comissão técnica ou dentro de campo, estar atualizado é imprescindível.