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Para cada realidade uma verdade

Neste texto quero propor um tema para debate e reflexão a vocês, que, assim como eu, estudam os mais variados tópicos de desenvolvimento do futebol do nosso país. Gostaria de tocar em uma diretriz que usei na minha carreira de dirigente e consultor e que levo adiante no FootHub.

Para todos que militam no futebol e se questionam se há uma maneira infalível de gerenciar clubes, que possa servir tanto ao gigante de orçamento bilionário quanto ao pequeno que habita a Série D no nosso pais, costumo dizer que há uma máxima que se aplica a todos: “Para cada realidade uma verdade”.

De nada adianta o gestor usar as mesmas ações para realidades diversas. O que pode ser fundamental para um clube, pode ser impossível naquele momento para outro. Há de se contextualizar tudo para que os objetivos sejam realistas e passíveis de serem cumpridos, sob pena de fracasso.

O primeiro e fundamental passo é fazer um amplo estudo das mais diversas áreas do clube antes de dar início às tomadas de decisão administrativas. Conhecer bem a realidade financeira, o que poderá se gastar e o que não. Informar-se a respeito da cultura daquele clube, as expectativas dos seus torcedores/associados e dos seus dirigentes.

Dispor do máximo de informações sobre os atletas e os funcionários que poderá contar. Saber a posição no ranking e estar ciente de qual o possível objetivo do Clube naquele momento.  De posse disso, partir para a construção dos objetivos e deixar todos os atores do processo informados de onde e de que maneira se quer chegar.

Não adianta a realidade ser diferente do discurso. Alguém afirmar que irá ganhar o campeonato, sem ter real possibilidade disso, acaba frustrando o torcedor. Ele precisa dizer que será competitivo e que irá buscar as principais colocações. Assim para contratar treinador, jogadores e outros profissionais, a realidade do clube deve ser levada em conta. Vai procurar a ponta da tabela e classificação para Libertadores? Urge um treinador propositivo. Tem elenco grande com peças alternativas que possam substituir os titulares sem grande perda técnica? A resposta é um treinador propositivo.

Mas e se a realidade é diferente, há escassez de jogadores e o grupo não apresenta boas alternativas? Treinador reativo. Um técnico que tem que fazer o time jogar conforme o adversário e a estratégia. Estes contextos precisam ser bem detalhados na hora da escolha dos profissionais por parte do gestor.

Da mesma maneira, buscar jogadores caros para se integrar a um ambiente no qual a maioria dos salários não é alto pode gerar problemas. O contratado de nome pode suprir uma carência técnica, mas vai chegar em um ambiente onde os atletas competitivos, ídolos do clube, muitos com salários inferiores ao novo atleta, podem não o recepcionar bem.

Trabalhei e trabalho nos mais variados contextos. Já fui presidente de clube grande, que saiu de um momento de quase rebaixamento para ser campeão mundial em quatro anos.  Fui também consultor de equipe de Série D nacional e Série B estadual. Não há como estabelecer as mesmas verdades para contextos tão diversos. Por isso, que torno a dizer: para cada realidade uma verdade. Sempre deve ser considerada esta máxima para que as ações administrativas possam ser definidas dentro de um contexto que busque o rendimento e a competividade, alcançando o máximo possível do trabalho que está sendo implementado.

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Texto de Fernando Carvalho, presidente campeão do mundo pelo Internacional, professor, mentor e consultor de gestão

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