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Para sair da crise, Cruzeiro tenta equilibrar finanças renegociando dívidas

Prestes a sacramentar a permanência na Série B do Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro ainda tem de lidar com uma crise financeira que asfixia o clube, limitando investimentos e impedindo que o elenco seja reforçado para que o calvário em que se encontra seja superado.

No ano do seu centenário, a maior preocupação da diretoria cruzeirense não é em como festejar a data, e sim em como deixar para trás os malfeitos deixados por ex-dirigentes. Na tentativa de se reerguer, uma das saídas encontradas foi renegociar dívidas. No fim do ano passado, o clube anunciou redução de R$ 105 milhões em débitos por transações de jogadores que estavam em cobrança na Fifa. Essa medida é importante porque as dívidas na Fifa causam perda de pontos. Nesta edição da Série B, o Cruzeiro perdeu seis pontos por não ter honrado o pagamento pela contratação do volante Denílson.

“O importante foi a preferência pela solução negocial das pelejas, que privilegia o acordo em detrimento do litígio. Foi assim que resolvemos os maiores problemas do Cruzeiro neste início de mandato”, destaca Flávio Boson, superintendente jurídico do clube mineiro.

Na esfera trabalhista, o clube celebrou ter fechado acordos com o atacante Fred, o lateral esquerdo Dodô, o meia Marquinhos Gabriel, entre outros, economizando mais de R$ 70 milhões.

“Se o devedor reconhece que deve, essa é a forma mais segura para negociar e acordar sua dívida, que inclusive pode contemplar o pagamento parcelado, multa em caso de atraso e outros débitos. Além disso, o acordo celebrado e homologado pelo Judiciário trabalhista traz segurança jurídica para as partes”, explicou a advogada trabalhista Luciane Adam.

Em outubro do ano passado o Cruzeiro fechou acordo com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para equacionar dívidas com a União. Na negociação, a Raposa conseguiu reduzir aproximadamente R$ 150 milhões em débitos.

“Não existe uma regra. Mas, como é o clube que pretende equacionar a situação financeira, o normal é que eles procurem credores e proponham os pagamentos, um acordo, na verdade. Se chegarem ao acordo, fazem uma petição pedindo para o juiz homologar o acordo, se isso for judicial. Depende das propostas e da disposição das pessoas em fazer o acordo”, finalizou o juiz do Trabalho Ricardo Miguel.

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