O Brasileirão está em sua quarta rodada e as decisões polêmicas dos árbitros seguem sendo assunto, porém com uma atuação mais discreta do VAR em alguns lances.
No jogo Athletico e Palmeiras a equipe paranaense reclama de um pênalti não marcado, pelo árbitro Caio Vieira, de Patrick de Paula no Cittadini. Na minha opinião penalidade, pois o jogador palmeirense faz uma carga nas costas do atacante de forma ilegal, ou seja, faltosa. Seria a chamada “faltinha”, mas faltinha também é falta e deve ser marcada seja fora ou dentro da área.
No jogo do Corinthians e Coritiba um pênalti assinalado, pelo árbitro Bráulio Machado, à favor da equipe paulista foi muito contestado. Não vejo contato faltoso no lance, não há “cama de gato”, empurrão, carga ou um segurar, ocorre um contato de jogo que não caracteriza infração na minha visão.
A semelhança nos dois lances é o fato do VAR manter a decisão de campo em ambos. O protocolo exige a checagem pela equipe da cabine em lances de área, ou seja, possíveis penalidades, porém, diferentemente do ano passado, observa-se uma interferência menor das equipes de árbitros de vídeos. Isto significa que o VAR está mantendo a decisão do campo em lances “interpretativos”, onde não há, na maioria das vezes, erros claros e óbvios.
O pênalti de Rhodolfo do Coritiba sobre Arrascaeta do Flamengo, pela terceira rodada, onde o jogador flamenguista é seguro e há impacto no seu movimento, é o típico lance a ser visto e marcado no campo, algo que não ocorreu. Este lance ainda traz a questão se o erro foi claro e óbvio, qual o motivo de o VAR não chamar? O árbitro em campo deve narrar ao árbitro de vídeo o que viu do lance, exemplificando: “Vi uma carga não faltosa, na sequência um segurar que não foi o suficiente para dificultar o movimento do jogador. Então, para mim lance normal.”. A cabine analisa a imagem, vê as mesmas coisas, porém entende que há infração. O que vai adiantar sugerir a revisão do árbitro se a imagem de vídeo vai mostrar o que ele viu em campo, mas interpretou que não houve infração? Absolutamente nada, isto é, mantém a decisão de campo e se houve divergências nas opiniões significa que o erro pode não ser tão claro e óbvio assim.
VAR em silêncio, agindo somente em erros claros é o que diz o protocolo e tanto foi pedido o ano passado. A ferramenta não veio para zerar os erros ou legitimar resultados injustos, mas diminuí-los.
Contudo, a qualidade e os acertos da arbitragem em campo terão que ser superiores ao que vemos. Os assistentes ainda poderão se escorar no VAR, se errar em campo o vídeo irá corrigir por ser factual, já os árbitros precisarão realmente tomar decisões assertivas em campo, esquecendo o “VAR dependência”.