Search
Close this search box.

Perfis de investimento em clubes de eSports

Depois de um 2016 turbulento, um 2017 de recuperação e um 2018 de alívio econômico, a previsão é que a economia brasileira cresça moderadamente em 2019.

2019 será um ano sem olimpíada, Copa do Mundo ou eleições e com o país novamente em crescimento. As estimativas são de que neste ano o eSport receba investimentos como nunca antes.

Um dos investimentos que podem ser feitos nesse meio é nos clubes que empregam atletas, treinadores e comissão técnica para a disputa de competições das mais variadas modalidades.

Nos últimos anos, diversas empresas e clubes de futebol anunciaram entrada no esporte eletrônico criando seus próprios clubes ou associando suas marcas aos clubes já existentes.

Da mesma forma, personalidades famosas se associaram e fortaleceram clubes já tradicionais no meio.

Cada investimento tem uma estratégia e uma finalidade, mas de forma geral é possível identificar três perfis de investimento em clubes de eSports.

O custo de um clube

Antes de analisar cada um dos perfis de investimento em clubes de esportes eletrônicos, é necessário explicar rapidamente o porquê de esse investimento ser tão rentável.

A crescente popularidade e os incríveis números do eSport brasileiro já não são novidade.

Chegando definitivamente à televisão, com pelo menos dez horas de programação nos sábado e domingo, o Campeonato Brasileiro de League of Legends é exibido integralmente no SporTV.

Mas, além disso, temos outros fatores que proporcionam a rentabilidade desse investimento.

Baixo investimento inicial: diferentemente do futebol, em que em toda janela de transferência temos transferências milionárias de jogadores, no esporte eletrônico os atletas são razoavelmente baratos.

Em consulta ao processo judicial movido pela Red Canids contra o Flamengo, é possível constatar que o valor de transferência do atleta Felipe “BrTT” Gonçalves na janela de transferência do início de 2018 foi de R$ 50.000.

BrTT é provavelmente o jogador mais caro do Brasil, tanto por suas habilidades dentro do jogo quanto pelo valor que sua imagem agrega ao clube. Colecionador de títulos, Felipe Gonçalves é o quinto cyber-atleta com mais engajamento nas redes sociais no mundo.

Em uma modalidade como o League of Legends, em que são necessários cinco jogadores titulares e o jogador mais caro do Brasil vale R$ 50.000, é fácil fazer as contas e ver que o investimento inicial para montar um elenco pronto para disputar um título de campeonato brasileiro não é tão alto.

Atenção aos custos de manutenção: embora o custo inicial possa ser baixo em comparação ao de outras modalidades esportivas, é necessário estar atento ao fato de que é necessário manter os salários e estrutura de treinamento dos atletas titulares e reservas e de toda a equipe técnica.

Sem mais delongas, vamos aos perfis de investimentos.

Investimento em resultados puramente esportivos

Os clubes endêmicos como o CNB e-Sports Club, INTZ eSports Club e Pain Gaming têm a finalidade de competir e fortalecer suas marcas.

Essa espécie de investimento busca o lucro a partir do produto esportivo. Criar o clube, montar um elenco, competir e angariar uma torcida apaixonada é o caminho para conseguir venda de merchandising e bons patrocinadores.

A fonte principal de lucro é a exploração do vínculo formado entre o clube e os fãs, sem dispensar as premiações das competições, é claro.

Esse tipo de investimento é mais predominante em clubes que nasceram no eSport, com sócios que muitas vezes jogaram profissionalmente e fazem do trabalho diário no clube seu estilo de vida e sua paixão.

Investimento em marketing de outro produto do gênero esportivo

É certo que os clubes de futebol brasileiros falham em se conectar com seus fãs, principalmente com aqueles das gerações mais recentes.

É possível identificar que diversos jovens deixaram de acompanhar o futebol nacional para torcer para os clubes europeus. As lojas físicas de artigos esportivos refletem essa tendência exibindo em suas vitrines as camisas de Barcelona, Real Madrid, Manchester City e do Bayern em vez de as dos clubes brasileiros.

Existem ainda os jovens que não acompanham competição nenhuma de futebol, mas têm na família a tradição de torcer para clube X ou Y.

Aproveitando a oportunidade de se reaproximar desses torcedores e de cativar novos fãs, os clubes de futebol brasileiros estão investindo em clubes próprios de eSport ou associando suas marcas a clubes que já existem.

São bons exemplos o Santos e o Flamengo – sendo que este foi vice-campeão do Segundo Split do CBLOL de 2018 e favorito para o título do CBLOL que está em curso.

Em geral, esse tipo de investimento tem a finalidade inicial de promover a marca dos clubes de futebol, porém, não se exclui a possibilidade de que os clubes de eSports possam dar lucro por si próprios e significarem um investimento de longo prazo, caso o esporte eletrônico realmente cresça da forma que se espera.

Investimento em marketing de outro produto de gênero diverso

A exposição imensa da marca para um público Millennial (normalmente difícil de ser atingido em grande quantidade) também pode ser explorada por outras marcas que não têm nada a ver com o esporte.

É o exemplo da Kalunga e da Vivo, que adquiriram os naming rights dos já formados clubes Red Canids e Keyd, respectivamente.

Outras empresas, como a gigante do e-commerce KaBuM e a loja de departamentos Havan, fizeram o investimento de criar seus próprios clubes.

A finalidade desse investimento é claramente atrair consumidores e lucrar com os produtos não esportivos de suas marcas já estabelecidas.

Compartilhe

Você pode gostar

Assine nossa newsletter

Toda sexta você receberá no seu e-mail os destaques da semana e as novidades do mundo do direito esportivo.