Uma pesquisa sobre racismo no esporte britânico constatou que 83% das pessoas negras e etnias consideradas como minorias (BAME), já sofreram algum tipo de discriminação.
Realizada pela Sporting Equals, principal instituição de caridade do Reino Unido engajada na luta pela igualdade racial e diversidade no esporte, a pesquisa também descobriu que 37% dos atletas já sofreram racismo dentro de campo por um jogador adversário ou um companheiro de equipe.
Com base em respostas de jogadores, treinadores e administradores da comunidade esportiva BAME (Black, Asian, and minority ethnic), descobriu-se que 41% consideravam que tinham menos oportunidades do que alguém de cor branca para progredir como jogador em seu esporte, enquanto 21% acreditavam que haviam enfrentado barreiras para ocupar cargos importantes no esporte.
Entre os que responderam participaram da pesquisa, 78% disseram querer um melhor monitoramento para garantir que as políticas de igualdade e diversidade sejam implementadas de maneira eficaz. Outras sugestões de mudança incluíam cotas para treinadores e funcionários para trazer maiores oportunidades.
Arun Kang, executivo-chefe da Sporting Equals, disse que a pesquisa mostrou que não era suficiente para o setor esportivo ter políticas em vigor para evitar o racismo, essas políticas tinham que ser monitoradas quanto à eficácia e usadas para estabelecer uma cultura que não tolerasse o racismo na sala de reuniões ou no campo.
“A questão com a qual estamos lidando atualmente é uma sociedade sistematicamente racista com setores que são conscientes e outros inconscientes, mas sistemicamente opressivos. A opressão sistêmica ocorre quando as leis de um corpo ou setor criam tratamento desigual de um ou mais grupos de identidade social específicos. Isso é um problema no setor esportivo? Sim. Nossa pesquisa recente sobre as experiências BAME de racismo no setor esportivo constatou que 83% tiveram experiências de racismo.”, disse ele.
No mês passado, a Sporting Equals pediu que todas as organizações esportivas públicas na Grã-Bretanha tivessem pelo menos 20% de representação BAME nos conselhos depois que seus pesquisadores descobriram que apenas 3% dos membros dos conselhos de administração dos órgãos nacionais são negros e 64% dos órgãos estatais nacionais não têm Membros do conselho BAME.
“Precisamos que o setor se comprometa com mudanças na cultura, políticas e práticas. Uma vez que essas mudanças sejam implementadas, somente então veremos mudanças notáveis.”, afirmou a Sporting Equals.
Por Gabriel Coccetrone
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