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Policial que deu tiro de bala de borracha em goleiro do Grêmio Anápolis pode ser punido pela Justiça Desportiva? Entenda

O goleiro Ramón Souza, do Grêmio Anápolis, deverá ficar afastado dos gramados entre três e quatro meses por conta do tiro de bala de borracha que recebeu de um policial durante confusão na partida da 12ª rodada da Divisão de Acesso do Campeonato Goiano na noite da última quarta-feira (10).

A estimativa foi feita pelo médio do clube goiano, Diego Bento de Oliveira. “É uma lesão no centro da coxa. Não tão grande em extensão, mas profunda. Tem cerca de 3 cm. Essa ferida pode evoluir de uma maneira boa, ou não”, disse o profissional, especialista em ortopedia e traumatologia.

PM pode ser punido pela Justiça Desportiva?

Diante da gravidade do episódio, o advogado Paulo Pinheiro, representante legal do jogador de 22 anos e do clube goiano, buscará a Justiça para pedir indenização assim que houver um laudo que mensure diferentes impactos causados em Ramón. Além disso, o advogado afirma que acionará a Justiça Desportiva para que o policial responsável pelo disparo não participe mais de eventos esportivos.

“Grêmio Anápolis e o atleta apresentaram ontem o pedido de instauração de inquérito no Tribunal de Justiça Desportiva de Goiás (TJD-GO) para apuração dos fatos e responsabilização do causador do incidente. Creio que haverá uma discussão inicial se o PM é jurisdicionado ou não da Justiça Desportiva. Como ele estava a serviço e em campo de jogo, penso que deverá haver um enquadramento de competência no artigo 1º, parágrafo primeiro, inciso VII do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva). Caso entendam pela competência, penso que o objetivo final seja a suspensão por prazo em participar de eventos esportivos”, contou o advogado ao Lei em Campo.

O parágrafo 1º do artigo 1º do CBJD detalha quem está submetido ao código. Confira o que diz esse trecho da legislação:

Art. 1º A organização, o funcionamento, as atribuições da Justiça Desportiva brasileira e o processo desportivo, bem como a previsão das infrações disciplinares desportivas e de suas respectivas sanções, no que se referem ao desporto de prática formal, regulam-se por lei e por este Código

§ 1º Submetem-se a este Código, em todo o território nacional:

I – as entidades nacionais e regionais de administração do desporto;

II – as ligas nacionais e regionais;

III – as entidades de prática desportiva, filiadas ou não às entidades de administração mencionadas nos incisos anteriores;

IV – os atletas, profissionais e não-profissionais;

V – os árbitros, assistentes e demais membros de equipe de arbitragem;

VI – as pessoas naturais que exerçam quaisquer empregos, cargos ou funções, diretivos ou não, diretamente relacionados a alguma modalidade esportiva, em entidades mencionadas neste parágrafo, como, entre outros, dirigentes, administradores, treinadores, médicos ou membros de comissão técnica;

VII – todas as demais entidades compreendidas pelo Sistema Nacional do Desporto que não tenham sido mencionadas nos incisos anteriores, bem como as pessoas naturais e jurídicas que lhes forem direta ou indiretamente vinculadas, filiadas, controladas ou coligadas.

Corregedoria da PM investiga ação do policial

Na última quarta-feira, a Corregedoria da Polícia Militar do Estado de Goiás abriu um processo para investigar a ação do PM, o que pode levar a uma punição administrativa.

Entenda o caso

O jogo terminou em derrota do Anápolis por 2 a 1. Na lateral do campo, uma confusão teve início ao fim do jogo, até que o policial disparou na perna do goleiro, que teve um ferimento grave e precisou de atendimento médico na hora.

Ramón Souza ficou com um buraco na perna e teve muito sangramento. O jogador foi retirado de campo de maca e levado na hora para a ambulância que estava de prontidão no estádio Jonas Duarte.

Federação Goiana se posiciona

Em nota, a Federação Goiana de Futebol (FGF) lamentou o acontecimento e reiterou que confia nos órgãos de segurança pública e na eficácia dos processos da Corregedoria da Polícia Militar.

“A Federação Goiana de Futebol (FGF) vem à público lamentar o fato ocorrido nesta última quarta-feira (10) ao término da partida Grêmio Anápolis x Centro Oeste, no estádio Jonas Duarte, em Anápolis, pela 12ª rodada da Divisão de Acesso.

Acreditamos que cenas como essa não devem fazer parte do cenário do futebol, principalmente em âmbito profissional. Como entidade desportista, prezamos e incentivamos sempre às nossas agremiações filiadas as boas práticas esportivas e o respeito ao jogo e aos adversários.

Mais uma vez lamentando o fato, reiteramos também nossa confiança nos órgãos de segurança pública do Estado de Goiás, ressaltando com a devida importância que a PM já abriu Inquérito Policial Militar (IPM) para averiguação dos fatos.

Devido à parceria de longa data, com a atuação da PM em inúmeros jogos goianos ao longo dos anos, acreditamos na eficácia dos processos da Corregedoria da Polícia Militar a fim de repreender fatos e condutas inapropriadas.

Por fim, nos solidarizamos com o goleiro Ramón Souza e sua família e desejamos uma pronta recuperação, para que o mesmo possa retornar o mais breve possível aos gramados. Nos colocamos também à disposição do filiado Grêmio Esportivo Anápolis para qualquer eventual necessidade”.

Ministério do Esporte cobra punição

Mais cedo, o Ministério do Esporte classificou a ação do policial como “desproporcional e violenta” e destacou a “necessidade urgente de uma revisão nos procedimentos”. A pasta também cobra punição aos envolvidos.

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