Search
Close this search box.

Por que Fair Play Financeiro na Europa ajuda Grêmio no “Projeto Cavani”?

No dia em que completa 117 anos, o Grêmio tem alimentado o imaginário de seus torcedores que sonham com a contratação de Edinson Cavani. Mas a contratação do centroavante uruguaio é viável financeiramente? Se ele vier, o sonho pode virar pesadelo?

O Grêmio, sob a gestão Romildo Bolzan, se notabilizou por uma administração responsável, que equilibrou as contas do clube e conseguiu enfileirar taças. A viabilidade da negociação passa pelos efeitos da pandemia, que gerou uma recessão no mercado esportivo. Com a necessidade dos clubes europeus em cumprir o Fair Play Financeiro, a pedida salarial de Cavani inviabiliza a permanência do atacante no Velho Continente.

“Os clubes possuem limites de gasto salarial, 70% das receitas, e limite de prejuízo. Como o salário que ele parece pedir é alto – falam em € 60 milhões brutos de salários por 3 anos, ou seja, € 20 milhões anuais – o impacto nos clubes é grande. A maioria já opera próximo ao limite. Então, para ele chegar, ou o clube tem que ter uma folga grande, ou tem que negociar atletas para abrir espaço na folha. Para um clube que fatura cerca de € 180 milhões/ano, o salário do Cavani representaria 11%. Sobrariam cerca de € 105 milhões para o restante da folha”, analisa o economista César Grafietti, que responsável pela formatação do Fair Play Financeiro no Brasil.

O Grêmio gasta cerca de R$ 180 milhões anuais com o futebol profissional, o que convertendo dá aproximadamente € 30 milhões/ano. Para Cavani fechar com o time de Porto Alegre, é preciso que ele reduza em muito a pedida salarial.

“O mercado está em baixo e restrito como era previsto. Qualquer jogador que estiver no mercado nessa hora vai sofrer o impacto com o mercado tão recessivo”, afirma o Fernando Ferreira, especialista em gestão e marketing do esporte.

O clube gaúcho, porém, não pode cair na tentação de querer custear a contratação de Cavani com receitas variáveis e que ainda não foram fechadas, “porque não dá para usar aquelas máximas de que ‘se vender x mil camisas’ ou ‘vamos arrumar um patrocinador’, porque isso invariavelmente dá errado”, alerta Grafietti.

Para convencer Cavani, o Grêmio utiliza outras táticas, como a proximidade do jogador com o Uruguai e com os amigos e familiares, já que em poucas horas Cavani poderia chegar na fazenda que tem na cidade de Salto, por exemplo.

“Claro que o Grêmio não vai conseguir bater as ofertas que ele tem lá fora. Mas esse calor humano, o barulho que está acontecendo nas redes sociais, é um ativo importante e que está na mesa de negociação. Você tem como transformá-lo em uma superestrela, coisa que na Europa ele não vai conseguir. Apesar de que lá ele tem mais visibilidade”, finaliza Fernando Ferreira.

Nos siga nas redes sociais: @leiemcampo

Compartilhe

Você pode gostar

Assine nossa newsletter

Toda sexta você receberá no seu e-mail os destaques da semana e as novidades do mundo do direito esportivo.