Neymar Jr., o craque do Paris Saint-Germain, foi convocado pela comissão técnica da Seleção Brasileira para disputar a Copa América de 2019 no Brasil. Pareceria uma convocação incontroversa se não fosse logo após o jogador brasileiro se envolver em casos de indisciplina com a camisa do clube francês.
O técnico da Seleção Brasileira, Tite, vem sofrendo críticas por ter convocado o camisa 10 do PSG, um dos atletas referência em atividade no futebol.
Após o craque se envolver em atos de indisciplina e agredir um torcedor na final da Copa da França, teve a sua convocação para Copa América confirmada, mantendo, ainda, a faixa de capitão do time.
Fato muito semelhante praticado pelo também atacante Douglas Costa em 2018, quando, durante um jogo com a camisa da Juventus da Itália, cuspiu em seu adversário. Entretanto, como punição, ficou ausente da lista dos convocados por essa razão.
A saia justa de Tite poderia ser evitada se houvesse critérios claros nos regulamentos internos sobre punições ou afastamentos da seleção nacional em casos de indisciplina ou má conduta profissional.
Regulamentos internos são diretrizes criadas pela própria instituição que, com base no planejamento estratégico, definem as regras que precisam ser obedecidas. Todos passam a seguir os preceitos da ética, profissionalismo e transparência (colaboradores, parceiros, patrocinadores etc.).
A convocação foi vista como favorecimento do camisa 10 do Brasil em detrimento dos demais jogadores que sofrem punição. Decidir de forma diferente para dois casos semelhantes acabou causando desconforto entre o técnico da seleção e os torcedores brasileiros.
Mas faria sentido deixar Neymar Jr. fora dessa competição? A atitude de Tite de considerar o diferencial que o atleta representa na competição, e não apenas a “punição” antes aplicada a Douglas Costa, estaria correta? São questões que precisam de reflexão também.
Vale reforçar, regulamentos internos são importantes para a saúde da instituição, seja pela clareza nas relações, seja pela certeza de tratamento igualitários. Regras claras tornam o negócio mais eficaz e transparente.