O presidente afastado de Federação de Futebol do Mato Grosso do Sul (FFMS), Francisco Cezário de Oliveira, foi preso nesta quarta-feira (28), em Campo Grande, pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual por descumprir acordo que o baniu do futebol.
O dirigente foi preso pela primeira vez em 21 de maio, durante a “Operação Cartão Vermelho”, que acusou ele e outras seis pessoas, todas funcionárias da FFMS, de desviar mais de R$ 6 milhões dos cofres da entidade. A quantia seria proveniente de verbas públicas do governo do estado local e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para fomento do futebol sul-mato-grossense, sem representantes na primeira divisão do Campeonato Brasileiro desde 1986.
Segundo o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MP-MS), as investigações duraram 20 meses e que os acusados usavam de artifícios para tentar driblar a apuração. Mais de 1.200 saques em caixas eletrônicos foram feitos para diluir os valores.
Cezário permaneceu pouco mais de um mês detido e foi liberado em 27 de junho após a Justiça aceitar o pedido de habeas corpus e substituir a prisão preventiva pelo uso de tornozeleira eletrônica. O cartola também acabou banido do futebol pelo MP-MS, sendo proibido de se aproximar da sede da FFMS ou de se encontrar com dirigentes do futebol do estado. Contudo, de acordo com o Gaeco, Cezário não cumpriu a norma.
Após a saída de Cezário, a CBF nomeou Estevão Petrallas, ex-presidente do Operário, time mais tradicional do estado, como interventor na FFMS. Ele tem até o final de novembro para marcar novas eleições. Porém, o antecessor agiu nos bastidores para que não houvesse pleito e um indicado seu assumisse o comando.
De acordo com apuração do ‘UOL Esporte’, Cezário viajou pelo menos duas vezes à sede da CBF no Rio de Janeiro (RJ) para tentar destituir Petrallas, evitar eleições e conseguir a nomeação de um apadrinhado. Além disso, conforme atestou o Gaeco, ele seguiu uma rotina de encontros e reuniões com dirigentes do estado mesmo banido do futebol, influenciando em decisões da federação local.
Em contato com o portal, o advogado de Cezário, André Borges, disse que “ainda estava sendo atualizado sobre a situação da nova prisão”. Sobre a viagem ao Rio, ele afirma que seu cliente pode viajar por até oito dias, mesmo com a tornozeleira, e que ele não foi à CBF, “apesar de não estar proibido de falar com a entidade”.
Sobre as denúncias do MP-MS contra Cezário, Borges alega que a “origem do dinheiro é lícita e será declarada no momento oportuno”. E reitera ainda que Cezário “cumpre o determinado e se afastou completamente de suas funções como dirigente de futebol”.
A CBF não quis se pronunciar sobre o caso.
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