O presidente da La Liga, Javier Tebas, pediu ao Fuenlabrada Football Club em 2018 que pagasse 130 mil euros em troca de “serviços de consultoria jurídica”. Isso é afirmado no orçamento assinado por Tebas com sua própria assinatura, destinado ao grupo de empresas vinculadas à equipe de Madrid e divulgado pelo Diario.es, da Espanha.
“Desde 2013 que sou presidente, não atendo a nenhum clube. Não sirvo pessoalmente, exceto em questões excepcionais e nunca em clubes”, afirmou Tebas.
A defesa do presidente contradiz o documento que mostra sua participação nos negócios com empresas do setor.
“Um orçamento é apresentado para a prestação de serviços de consultoria jurídica e econômica. A equipe será liderada pelo parceiro fundador do estudo, Javier Tebas Medrano”, afirma o documento.
No orçamento, é decido que as taxas serão 130 mil euros, com um primeiro pagamento de 50% na assinatura do contrato, outros 25% em 1° de outubro de 2018 e a última parte em 24 pagamentos mensais a partir de novembro de 2018. Um ano após a proposta do acordo, o Fuenlabrada passou da terceira, para a segunda divisão do campeonato espanhol.
Em conversa com o Diario.es, o presidente da LaLiga reconheceu suas relações internacionais com o Fuenlabrada, porém esclarece que, quando começaram, o clube fazia parte da terceira divisão, portanto, não estava vincula a LaLiga.
Além dos acordos descritos no contrato, o filho de Tebas é secretário do conselho de administração do clube de Madrid desde 2016. Essa relação ficou evidente na suspensão do jogo contra o La Coruña quando o filho do presidente já sabia do surto de coronavírus na equipe do Fuenlabrada, que viajou para Galicia sem a realização dos testes feitos pela La Liga.
O Código de Ética da liga profissional espanhol é claro no caso de conflitos de interesse, declarando o seguinte:
“Os profissionais sujeitos a este Código de Ética devem evitar situações nas quais um potencial conflito de interesse possa ocorrer e devem sempre agir com honestidade e não priorizar seus interesses pessoais em detrimento aos da La Liga”.
Como consequência da exposição, Javier Tebas decidiu se abster de qualquer decisão disciplinar contra o CF Fuenlabrada por gerenciar o surto de coronavírus que sua equipe arrastou de Madri para a cidade de Corunha na segunda-feira. A liga o limitou em suas capacidades disciplinares contra este clube devido ao relacionamento familiar que mantém e o próprio Tebas dirigiu por carta ao vice-presidente da Liga, seu subordinado, delegar qualquer decisão sobre o Fuenlabrada. Enquanto a equipe do clube permanece confinada a um hotel na Corunha, o presidente da La Liga se afasta do caso com a desculpa de que seus negócios o impedem de fazer qualquer outra coisa.
“A partir de hoje, o único que presta serviços a Fuenlabrada é meu filho, e com o consentimento de outros clubes da La Liga”, afirmou Tebas.
O presidente não esclareceu se acabou cobrando os 130 mil euros que pediu ao Fuenlabrada em troca de aconselhamento jurídico. Sobre as informações a esse respeito, ele fez um pedido: “Só peço objetividade, nada mais”.
O documento completo está disponível no site do Diario.es
Crédito imagem: Divulgação
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