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Preso, torcedor que matou palmeirense com garrafa pode responder ao menos por dois crimes

A violência no futebol brasileiro fez mais uma vítima. A torcedora Gabriela Anelli, de 23 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu nesta segunda-feira (10) após ser atingida por estilhaços de vidro no pescoço durante uma confusão entre torcedores de Palmeiras e Flamengo nos arredores do Allianz Parque no último sábado.

Segundo o jornalista Mauro Cézar, no programa ‘Posse de Bola’, um torcedor do Flamengo foi preso e indiciado pela morte da palmeirense.

“Foi preso e indiciado Leonardo Felipe Xavier Santiago, torcedor do Flamengo. Estou vendo aqui, inclusive, o Boletim de Ocorrência da Drade, que é a delegacia especializada [em delitos de intolerância esportiva], foi preso e autuado por tentativa de homicídio, estou aqui com o número do B.O., lendo na tela nesse momento as informações. Ou seja, tem o CPF, acho importante identificar nessas horas que tem um crime e tem uma pessoa que foi presa em flagrante”, disse o jornalista.

Uma vez identificado, o criminoso deverá responder criminalmente e também desportivamente por mais esse triste episódio que mancha o futebol.

“O triste caso vitimando fatalmente a jovem Gabriela, torcedora do Palmeiras, poderá ter desfecho severo para o torcedor apontado como autor do fato. No primeiro momento tem-se o crime de provocar túmulo em praça desportiva (art. 201, par. 1º, incisos I e III, pena 1 a 2 anos e multa), podendo, ter a pena aumentado em 1/3 se confirmado que incitou a prática do tumulto. E não para por aí, incidirá também o crime de homicídio, que a depender das peculiaridades do caso, poderá incidir qualificadora (em muitos casos de violência no esporte, observei a inclusão do ‘motivo fútil’). Ou seja, o torcedor poderá enfrentar um processo penal por homicídio simples (pena 6 a 20 anos) ou qualificado (pena 12 a 30 anos)”, avalia o advogado Milton Jordão, especialista em direito desportivo.

O advogado lembra que o torcedor não é sujeito da justiça desportiva, mas que “poderá o juiz da Vara do Tribunal do Júri (onde o processo correrá) aplicar as disposições da Nova Lei Geral do Esporte e substituir a pena do art. 201 por impedimento de comparecer a estádios de 1 a 3 anos”.

Gabriela Anelli estava internada na Santa Casa de São Paulo, no Centro de São Paulo. Segundo informações de familiares, ela passou por cirurgia e teve duas paradas cardíacas depois de ser atingida pela garrafa.

“Não dá para acreditar, Gabi, uma menina de 23 anos, cheia de sonhos pela frente, perdeu a vida por causa desses loucos. Foi atingida por pura covardia. As pessoas estão ficando doentes por causa do futebol. A dor da família é imensurável, não dá para acreditar em tanta maldade nesse mundo e a justiça tão falha nesse Brasil”, escreveu nas redes sociais uma prima de Gabriela.

A PM relatou oficialmente que a confusão teve início quando dois torcedores do Flamengo passaram pela rua Caraíbas em direção à bilheteria, o que gerou insatisfação de palmeirenses que assistiam ao jogo em estabelecimentos comerciais na área externa do estádio. A corporação disse ainda que os palmeirenses passaram a perseguir os torcedores rivais para agredi-los.

Uma equipe policial agiu para retomar a ordem e, nesse momento, foram arremessadas garrafas contra os agentes. Com o objetivo de dispersar a briga foram utilizadas munições químicas e um veículo lançador de água. Vale lembrar que a partida chegou a ser interrompida duas vezes após o cheiro do gás de pimenta invadir o estádio.

Apesar do posicionamento oficial da PM, torcedores que presenciaram o ocorrido afirmam que a confusão que resultou na morte de Gabriela Anelli aconteceu na Rua Padre Antônio de Tomás, onde há uma divisa de metal separando as torcidas.

O Palmeiras lamentou a morte da torcedora e cobrou a apuração do caso.

“Lamentamos profundamente a morte da torcedora Gabriela Anelli, atingida por uma garrafa nas imediações do Allianz Parque, antes do jogo contra o Flamengo, no sábado. Não podemos aceitar que uma jovem de 23 anos seja vítima da barbárie em um ambiente que deveria ser de entretenimento. Manifestamos solidariedade à família da palmeirense e cobramos celeridade na apuração deste crime, que fere a nossa razão de existir e compromete a imagem do futebol brasileiro”.

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